Famasul e Semagro discordam sobre dados da balança comercial de MS

A Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) divulgou na semana passada o resultado da balança comercial (diferença entre as exportações e importações) do mês de janeiro deste ano em Mato Grosso do Sul. Segundo os dados divulgados, houve queda na exportação de carne em comparação com o mesmo período de […]

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A Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) divulgou na semana passada o resultado da balança comercial (diferença entre as exportações e importações) do mês de janeiro deste ano em Mato Grosso do Sul. Segundo os dados divulgados, houve queda na exportação de carne em comparação com o mesmo período de 2018. O número, porém, é diferente do apresentado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). A incongruência acontece porque, apesar de usar a mesma base de dados, a forma com que os dados são interpretados é distinta.

Nos dados da Semagro, a exportação da carne em janeiro deste ano apresentou queda de 15,36% em relação a janeiro de 2018 com relação aos ganhos. Foram US$ 49,1 milhões este ano, quando saíram do Estado 14.570 toneladas, contra US$ 58 milhões no ano passado, que exportou 14.976 toneladas.

Entretanto, nos cálculos da Famasul, houve aumento no volume exportado, porém, o Estado recebeu menos pela carne do que em janeiro de 2018. “O volume de carne bovina exportado em janeiro de 2019 foi superior ao registrado em igual período de 2018, no entanto houve uma retração na receita que se deve ao preço pago no mercado internacional. Os principais compradores de 2018 remuneraram melhor a carne bovina, a exemplo do Chile, nosso principal destino, que em 2018 pagou US$ 4.430 por tonelada, enquanto em 2019 o valor pago foi US$ 3.960 por tonelada”.

Ainda conforme a Federação, Mato Grosso do Sul exportou 12.012 toneladas de carne bovina in natura este ano e faturou US$ 42.856 milhões. O montante representa 11,69% do registrado no mesmo período de 2018 (10.755 toneladas), no entanto houve retração de 11,73% em relação a receita US$ 48.549 milhões).

A explicação para essa divergência, de acordo com o órgão estadual, está na forma que os números foram interpretados. Os dados são do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) e a Semagro faz a leitura usando a metodologia do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que é usado em todo o país.

Já a Famasul usa a metodologia do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para interpretar os dados.

Segundo a Federação, a principal diferença entre os métodos se dá na hora de somar os elementos que compõe a cadeia produtiva da carne para chegar no valor final de toneladas e de receita. O Estado usa uma soma mais ampla que a entidade do setor.

Celulose como protagonista

Na balança divulgada na semana passada, outro fator chamou a atenção. O fato da celulose ter sido o principal produto de exportação de Mato Grosso do Sul durante o janeiro deste ano, com 386.444 toneladas, gerando US$ 182.434 milhões. Crescimento de 41% em relação ao mesmo período de 2018.

De acordo com a Semagro, isso aconteceu pelo fato de estar em Mato Grosso do Sul as duas maiores fábricas do país no seguimento. Mas também, ainda segundo a Secretaria, é um dado sazonal, já que o principal item de exportação do Estado é a soja.

“Como a soja ainda está em período de colheita, ou seja, não está sendo comercializada ainda, temos este cenário”, afirmou a Semagro, por meio de sua assessoria. No mês foram exportadas 19.765 toneladas do grão, que gerou receita de US$ 7.569 milhões. No mesmo período de 2018 haviam sido 124.159 toneladas e US$ 47.903 milhões. A pasta lembrou ainda que a cultura é destaque na balança do Estado desde 2005, segundo o IBGE.

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