Ibovespa acentua queda após prisão de Temer e desconforto com reforma de militar
Após já ter iniciado o dia em queda, o Ibovespa acentuou o ritmo de recuo, perdendo a marca dos 97 mil pontos, logo depois do anúncio da prisão do ex-presidente Michel Temer pela força-tarefa da Lava Jato. Os agentes ainda tentam cumprir um mandado contra o ex-ministro de sua gestão Moreira Franco. Nas mesas de […]
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Após já ter iniciado o dia em queda, o Ibovespa acentuou o ritmo de recuo, perdendo a marca dos 97 mil pontos, logo depois do anúncio da prisão do ex-presidente Michel Temer pela força-tarefa da Lava Jato. Os agentes ainda tentam cumprir um mandado contra o ex-ministro de sua gestão Moreira Franco. Nas mesas de operação, há preocupações com os desdobramentos do caso O temor é de que isso respingue em políticos importantes envolvidos na articulação de reforma da Previdência.
“Traz um turbulência político num momento em que as coisas já não estão tão boas”, diz um operador.
Às 11h53, o Ibovespa cedia 1,59%, aos 96.484,46 pontos, na contramão da alta das bolsas de Nova York.
Além disso, a apresentação de uma proposta de reforma previdenciária dos militares mais modesta que a esperada afetam os negócios. O projeto para as Forças Armadas poderá gerar economia liquida de apenas R$ 10,45 bilhões.
Apesar de secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, negar que tenha ocorrido desidratação, os investidores reagiram mal ontem. Na véspera, o principal índice da B3 perdeu 1,55%, aos 98.042,87 pontos. “Como os militares contribuirão somente com 1% da estimativa de economia de R$ 1,1 trilhão? Isso deve abrir precedente e mostrar que a negociação para aprovar a reforma previdenciária será difícil”, avalia um operador.
O especialista em Previdência Pedro Fernando Nery afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo pode ter errado na mão ao incluir a reestruturação da carreira militar na proposta de reforma de aposentadoria enviada ontem ao Congresso. Ainda assim, ele vê pontos positivos no texto.
“Isso deve gerar ruídos no mercado, mas não inviabiliza a aprovação”, pondera o analista Thiago Salomão, da Rico Investimentos.
Além das perspectivas de dificuldade para avançar no assunto, o atual governo ainda enfrenta baixa popularidade. “Os números da avaliação do governo Bolsonaro são piores que os observados no mesmo período nos primeiros mandatos de FHC Fernando Henrique Cardoso, Lula Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Esta tendência de piora preocupa, pois, governos bem avaliados e em início de mandato têm boas chances de aprovarem sua agenda no Congresso”, opina a equipe econômica da MCM Consultores em relatório.
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