Habitação e Transporte voltam a impactar a inflação de maio em Campo Grande
A inflação em Campo Grande ficou em 0,48% no mês de maio, de acordo com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. A taxa é a segunda menor deste ano e ficou abaixo da registrada em abril (0,54%). Repetindo o comportamento do último levantamento divulgado, Transportes e Habitação foram os […]
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A inflação em Campo Grande ficou em 0,48% no mês de maio, de acordo com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. A taxa é a segunda menor deste ano e ficou abaixo da registrada em abril (0,54%). Repetindo o comportamento do último levantamento divulgado, Transportes e Habitação foram os grandes responsáveis pelo resultado. No mês passado, o primeiro grupo registrou alta de 2,59% e contribuiu 0,39% na composição do indicador; já o segundo aumentou 1,03% e colaborou com 0,33% no cálculo. A Educação também entrou na lista dos segmentos que puxaram a inflação para cima, porém, com menor contribuição.
De acordo com o coordenador do Nepes da Uniderp, Celso Correia de Souza, o índice acolheu parte do reajuste de 12,48% da energia elétrica, ocorrido a partir de 8 de abril. “Com isso, o aumento do serviço que restou para maio foi de 4,07%. A energia elétrica tem o maior peso na composição da inflação”, explicou.
Ajudando a retardar o crescimento da inflação em maio, ficaram os grupos Alimentação, com deflação de -0,21% e contribuição para o índice de -0,04%; Despesas Pessoais, com taxa -1,39% e colaboração de -0,12%; Saúde, com -0,10% e contribuição de -0,01%; e Vestuário, com deflação de -1,21% e participação -0,08%.
“O clima que esteve muito severo, com temperaturas muito altas e chuvas muito fortes nesse início de ano nas regiões produtoras de alimentos – principalmente frutas, verduras e legumes – melhorou, influenciando positivamente a produção, baixando de modo geral os preços, o que ajudou a frear o crescimento da inflação. Além disso, fatores como desemprego e as altas taxas de juros praticadas na economia do Brasil, ajudam a frear o consumo, o que também tem contribuído para o controle da inflação, evitando índices mais elevados”, analisa Celso.
Considerando o acumulado dos primeiros cinco meses do ano, a inflação está em 2,48%. Já o acumulado nos últimos doze meses, a taxa é de 5,31%, ultrapassando a meta inflacionária estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), cujo centro da meta é de 4,25%, com tolerância de 2% para cima ou para baixo.
Vilões da inflação
- Energia Elétrica, com inflação de 4,07% e contribuição de 0,23;
- Gasolina, com inflação de 4,73% e contribuição de 0,17%;
- Etanol, com inflação de 5,46% e participação de 0,11%;
- Diesel, com variação de 3,44% e colaboração de 0,10%;
- Aluguel apartamento, com acréscimo de 0,72% e contribuição de 0,04%;
- Aluguel casa, com variação de 0,72% e colaboração de 0,03%;
- Sapato feminino, com acréscimo de 6,92% e contribuição de 0,03%;
- Alcatra, com reajuste de 2,31% e participação de 0,03%;
- Carne seca/charque, com elevação de 15,54% e colaboração de 0,03%.
- Pneu novo, com aumento de 1,91% e participação de 0,03%.
Os mocinhos
- Tomate, com deflação de -24,20 e contribuição de -0,05%;
- Uva, com redução de -39,60% e colaboração de -0,04%;
- Feijão, com diminuição de -7,72% e participação de -0,03%;
- Tênis, com decréscimo de -3,18% e contribuição de -0,02%;
- Sapato masculino, com baixa de -6,03% e colaboração de -0,02%;
- Sabão em barra, com diminuição de -3,61% e participação de -0,02%;
- Automóvel novo, com redução de -0,78% e contribuição de -0,02%;
- Azeitona, com decréscimo de -9,37% e colaboração de -0,02%;
- Mamão, com queda de -15,22% e participação de -0,01%;
- Óleo de soja, com baixa de -2,19% e contribuição de -0,01%.
Segmentos
O grupo Habitação, que possui o maior peso de contribuição para o cálculo do índice mensal, apresentou alta de 1,03% em relação a maio. Entre os destaques de produtos e serviços com os maiores preços estão: vassoura (6,86%), freezer (5,69%), pilha (5,63%), esponja de aço (5,53%) e energia elétrica (4,07%). Quedas ocorreram com: vela (-5,44%), sabão em barra (-3,61%), saponáceo (-3,09%), entre outros.
Seguindo o comportamento de abril, o índice de preços do grupo Alimentação apresentou novamente deflação e fechou em -0,21%.
Na avaliação do pesquisador da Uniderp, o resultado é reflexo da melhora das condições climáticas, o que favoreceu a colheita de frutas, verduras e legumes. “Em relação ao mês de março, os preços caíram de um modo geral. O grupo Alimentação é o melhor termômetro para explicar o comportamento da inflação ao longo do ano, pois tem a segunda ponderação na formação do índice inflacionário geral, e tem grande importância para o consumidor, por se tratar de alimentação. Quando o clima é desfavorável há aumentos de preços, ocorrendo quedas de valor quando o clima se torna favorável”, explica Celso.
As principais elevações de preços foram registradas com o melão (17,05%), carne seca/charque (15,54%) e cebola (15,54%). Já as reduções ocorreram com: uva (-39,60%), tomate (-24,20%), mamão (-15,22%), entre outros.
(Assessoria)
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