O saque do (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) já está liberado para correntistas da Caixa Econômica Federal. Até R$ 500 de cada conta ativa ou inativa do fundo serão depositados automaticamente na conta dos clientes do banco. O trabalhador pode realizar o saque em lotéricas e caixas eletrônicos.

Se o saldo para saque for de até R$ 100, no caso das lotéricas, ele precisa apenas de CPF e documento de identificação com foto. Em caso de valores maiores, é preciso levar o Cartão Cidadão com senha. Também é possível fazer o saque nos caixas eletrônicos e em correspondentes Caixa Aqui, com CPF e Cartão do Cidadão com senha.

Neste primeiro momento, apenas trabalhadores que têm poupança no banco e fazem aniversário entre janeiro e abril podem acessar o valor. Quem não tem conta no Caixa poderá sacar a partir de outubro, de acordo com o mês de nascimento e por um calendário previamente divulgado pelo governo.

O trabalhador que não desejar sacar os recursos precisará pedir ao banco o desfazimento, ou seja, o cancelamento do crédito automático. Será possível pedir isso por aplicativo, site ou internet banking, até abril de 2020.

Mesmo com a liberação, crescimento do PIB deve seguir abaixo do esperado

A liberação desse recurso é uma das medidas do governo federal para tentar estimular a atividade econômica no Brasil no final do ano e melhorar o PIB. Quando anunciou a medida, o governo previu um impacto de 0,35 ponto percentual sobre o PIB. No entanto, o mercado financeiro vê essa projeção com ressalvas. Os benefícios para a economia brasileira com a liberação do FGTS devem ser de, no máximo, 0,30 % neste ano e de 0,46 % em 2020, segundo projeções feitas pela equipe econômica do Santander.

Os cálculos do banco espanhol consideram um fator importante: o nível de consumo não deve crescer, já que o principal problema enfrentado pelas famílias brasileiras no momento é o alto endividamento. Com os recursos retirados o FGTS, o trabalhador brasileiro vai ter a chance de quitar dívidas. Caso o valor seja insuficiente para uma quitação, ao menos a chance de negociar vai aumentar.

Crédito facilitado deve ser complemento para o fim do endividamento

Além da liberação dos recursos do FGTS, outros fatores devem colaborar para a diminuição do endividamento das famílias brasileiras. A menor taxa básica de juros da história e a inflação controlada são bons motivos para que, quem tiver dívidas, especialmente as que causam a negativação do nome, busquem renegociar seus débitos junto aos seus credores, mesmo com o complemento de um empréstimo rápido.

Um bom exemplo deste cenário favorável a renegociações de dívidas é para quem tomou crédito na época em que a Selic ficou acima de 10% e chegou a bater mais de 14%, entre 2014 e 2016. Logo, os empréstimos estavam mais caros do que hoje. Com isso, ao ajustar o empréstimo aos juros atuais, há a possibilidade de o consumidor ter um desconto no valor que falta pagar.

Outra opção é trocar a dívida contraída em tempos de Selic em alta por uma mais barata, com juros atrativos. Com o crescimento dos bancos digitais, o mercado de crédito está aquecido, com ótimas opções para quem tem um bom score bancário ou garantias. Mais uma alternativa interessante é a do empréstimo consignado online. Com desconto das parcelas diretamente na folha de pagamento do trabalhador, o risco dessa modalidade de empréstimo é menor, o que ajuda a baratear os juros.

O crédito consignado também é uma boa via para quem está preso ao cheque especial, um dos financiamentos mais caros do mercado. As taxas chegam a 12,7% ao mês, ou 318,6% ao ano, segundo a última pesquisa do Banco Central. Na média, a troca da dívida pode gerar uma economia de aproximadamente R$ 3 mil. Os juros do cheque especial são compostos, os chamados “juros sobre juros”. Isso significa que, dia a dia, o valor total da dívida (incluindo os juros aplicados) é corrigido. No empréstimo pessoal, a cobrança de juros é feita sobre as parcelas.