Flexibilização da posse aumenta em 40% vendas de armas em Campo Grande
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou na última segunda-feira (15) um decreto que regulamenta o registro, a posse e a comercialização de armas de fogo no país, uma das principais promessas de campanha. A reportagem do Jornal Midiamax fez um levantamento em lojas de Campo Grande e constatou que as vendas aumentaram em 40% desde […]
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou na última segunda-feira (15) um decreto que regulamenta o registro, a posse e a comercialização de armas de fogo no país, uma das principais promessas de campanha. A reportagem do Jornal Midiamax fez um levantamento em lojas de Campo Grande e constatou que as vendas aumentaram em 40% desde de que os debates sobre as novas regras começaram.
Já a procura por informações de como obter os equipamentos, os comerciantes disseram que houve um salto de até 150%. Os calibres pesquisados pela reportagem foram os: 22, 36, 38 e 380.
Em uma das lojas, a arma mais barata para ser adquirida é a carabina no calibre 22, que custa em média R$ 1.800. O revólver calibre 38, o mais procurado, tem o preço a partir de R$ 3.800. Já o 22, tem o valor de R$ 5.500 e se tratando de pistola, a mais barata é a 380, vendida a partir de R$ 4.800. Já a documentação exigida para possuir o equipamento custa em torno de R$ 700.
Segundo a auxiliar administrativa em um dos comércios, Karina Rosa, existia muita desinformação do cidadão com relação ao direito a posse de armas. “Muitos clientes procuraram a loja para saber como perderiam adquirir o equipamento. Eles não sabiam que a legislação já possibilitava esse direito e, devido a essa curiosidade, foi possível aumentar as vendas em 40%”, afirmou.
Apesar do aumento na procura, a funcionária avaliou que o novo decreto dificultou um pouco, pois ele prevê que o cidadão pode possuir até 4 armas, antes era 6. “Nós achamos que isso possa dificultar as vendas a longo prazo. No entanto, o cidadão está procurando se informar pelos seus direitos, esse decreto deu a possibilidade para que isso ocorra”, enfatizou
Em outra loja, o proprietário Eliezer Mello Carvalho falou que após a flexibilização a loja negociou com alguns bancos a diminuição da taxa de juros no parcelamento. “Hoje temos a possibilidade de parcelar em até seis vezes sem juros, antes isso era impossível. Se o cliente quiser, a arma pode ser parcelada em até 10 vezes, com acréscimo bem menor de juros, em ralação do que era antes”, esclareceu.
Em relação à procura, o comerciante afirmou que houve um aumento de 60%, em relação ao mesmo período do ano passado. “Estamos trabalhando para suprir essa demanda, informando com cartazes e cartões quais os critérios exigidos para adquirir o equipamento. Com esse trabalho, a nossa expectativa é que possamos aumentar as vendas nos próximos meses”, projetou.
Outro setor afetado, positivamente, pelo novo decreto foi o dos instrutores de armas e tiros. O profissional da área Issac Pancini, calcula que a procura por aulas e informações aumentou em 150%. No entanto, ele se diz frustrado com a nova legislação, pois para ele ao invés de facilitar, algumas cláusulas dificultaram o acesso.
“A questão de ser necessária fazer uma declaração afirmando possuir um cofre na residência caso a pessoa tenha um portador de necessidades especiais ou crianças, pode dificultar esse acesso. Eu vejo com preocupação essa medida, pois a arma é usada para autodefesa do cidadão e deve estar em um local de que não dificulte o acesso dele a ela. Claro que orientamos que ela deve ficar longe do alcance dessas pessoas incapazes de manusear armas, porém o bandido sempre utiliza o fator surpresa, ela estando em um cofre impossibilita a resposta rápida do cidadão a um eventual assalto”, explicou.
Outro ponto que também trouxe insatisfação a ele, foi a não flexibilização ao porte de arma. “Eu entendo que o critério não deve ser o mesmo para a posse, porém é necessário avaliar cada caso e comprovando a necessidade, o porte também deve ser facilitado. Outro ponto, foi o aumento de 5 para 10 anos o cidadão renovar a licença. Em dez anos é um prazo muito longo para que o cidadão esteja apto de suas faculdades mentais. Esperamos que o Governo reveja isso”, finalizou.
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