Dólar recua para R$ 4,11 e tem maior queda desde 4 de setembro
O dólar fechou a sexta-feira em baixa de 1,22%, a maior variação porcentual desde o dia 4 de setembro (-1,76%). Com a expectativa de entrada de capital externo e uma correção da alta de quinta, após declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a moeda americana encerrou o dia em R$ 4,1186. O […]
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O dólar fechou a sexta-feira em baixa de 1,22%, a maior variação porcentual desde o dia 4 de setembro (-1,76%). Com a expectativa de entrada de capital externo e uma correção da alta de quinta, após declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a moeda americana encerrou o dia em R$ 4,1186. O real teve a maior valorização ante o dólar em uma cesta de 34 moedas. Na semana, porém, acumulou alta de 0,58%, a segunda seguida de valorização.
Se na quinta declarações de Campos Neto ajudaram o dólar a subir, nesta sexta elas contribuíram para a queda. “Temos projetos, como cessão onerosa e privatizações, que vão trazer recursos ao País. Se houver entrada grande de recursos, o real pode se apreciar”, afirmou o dirigente a jornalistas em Washington, onde participa da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Campos Neto confirmou que foi perguntado na quinta nos Estados Unidos sobre se faria intervenção no mercado de câmbio em caso de fluxo grande de recursos externos para o Brasil que gerasse ruptura. “Eu disse que sim”, disse ele. A declaração do dirigente na quinta, conforme reportagem do Broadcast, fez o dólar bater máximas, indo a R$ 4,18. Segundo operadores, o mercado nesta sexta corrigiu os excessos de quinta. Nesta sexta, Campos Neto reforçou que, como o câmbio no Brasil é flutuante, o BC só “faz intervenções quando há gap de liquidez”.
Além do leilão de petróleo e privatizações, que podem trazer dólares ao País nas próximas semanas, operadores observaram que houve entrada para a oferta de ações do Banco do Brasil. A operação movimentou US$ 5,8 bilhões. Há ainda outras vendas de ações em andamentos, incluindo a do banco BMG e a da varejista C&A. Só este mês, as emissões de ações devem girar perto de R$ 20 bilhões.
O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagen, ressalta que a expectativa de entrada de fluxo externo fez com que o real fosse a moeda que mais se valorizasse no mercado internacional nesta sexta-feira. “Boa parte dos recursos da cessão onerosa vão vir do exterior”, disse ele. O dólar caiu de forma generalizada, ante divisas fortes e emergentes, mas lá fora foi em ritmo mais modesto que aqui. Esta é uma evidência dos efeitos dos fluxos, destaca Nagen.
No ambiente doméstico, as mesas de câmbio monitoraram a crise do PSL, mas não houve impacto direto no mercado, que ficou mais animado com a possibilidade dos fluxos de entrada.
No mercado internacional, o dia foi de renovadas preocupações com os rumos da economia mundial, após indicadores mistos da China, que mostrou o menor nível de crescimento em 27 anos, e declarações de dirigentes do Federal Reserve, alertando dos riscos ao cenário. Para o vice-presidente do BC americano, Richard Clarida, a economia dos EUA “confronta alguns riscos evidentes”.
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