Dólar chega a superar R$ 4,22 com tensão regional, mas cede e fecha em baixa

O dólar voltou a testar níveis históricos de alta nesta quinta-feira, e superou os R$ 4,22 no início da tarde, em meio a sinais conflitantes sobre as negociações comercias dos Estados Unidos com a China e aumento de riscos regionais, observados na Colômbia, que teve uma greve geral. Mas em um pregão marcado por volatilidade, […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Reprodução
Reprodução

O dólar voltou a testar níveis históricos de alta nesta quinta-feira, e superou os R$ 4,22 no início da tarde, em meio a sinais conflitantes sobre as negociações comercias dos Estados Unidos com a China e aumento de riscos regionais, observados na Colômbia, que teve uma greve geral. Mas em um pregão marcado por volatilidade, a moeda acabou fechando em baixa, a R$ 4,1930 no segmento à vista, em queda de 0,25%. Operadores ressaltam que a disparada da bolsa no final do dia, com o Ibovespa voltando a superar o nível de 107 mil pontos, ajudou a tirar um pouco de pressão no câmbio, por conta da atração de algum fluxo externo. O dólar futuro para dezembro fechou estável, em R$ 4,1970.

No caso da América Latina, o noticiário não tem ajudado a dissipar o temor dos investidores e a Moody’s alertou que o cenário é negativo para a região em 2020, por conta de aumento do risco político, do risco comercial e para as políticas econômicas dos países latinos. Nesta quinta foi a vez de uma greve geral na Colômbia, que se soma aos protestos no Chile, na Bolívia e às dúvidas sobre os próximos passos do governo na Argentina.

A Moody’s ressaltou que o Brasil é uma “notável exceção” à piora do ambiente na América Latina, pois tem conseguido avançar com as reformas. Mas como o País tem o maior mercado financeiro da região acaba afetado pelo movimento de busca por caixa dos investidores que querem minimizar perdas em outros mercados.

“Os riscos geopolíticos da região não mostram sinais de desaparecimento”, avalia o analista de mercado da Oanda na América Latina, Alfonso Esparza. No caso do Brasil, ele ressalta que o Banco Central tem mostrado “paciência” diante da possibilidade de uma intervenção no mercado cambial. “Mas a desvalorização da moeda pode forçar uma decisão se não houver progresso significativo nas conversas entre os EUA e a China”, ressalta ele. Na quarta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que se o câmbio pressionar a inflação, o BC agirá por meio da política monetária, e não do câmbio.

Na região, o dólar teve comportamento misto. Subiu 0,59% no Chile e 0,42% na Argentina, mas acabou caindo 0,73% na Colômbia e 0,50% no México. Nos emergentes em geral, o dólar acabou perdendo força nos países produtores de petróleo, por conta da alta da commodity, que superou os 2% em Londres e Nova York.

Conteúdos relacionados