Trump não trata de economia e dólar fecha a R$ 3,193

A moeda americana recuou 0,21%

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A moeda americana recuou 0,21%

 

A ausência de temas econômicos na entrevista do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fez o dólar perder força nesta quarta-feira. A moeda americana recuou 0,21%, cotada a R$ 3,192. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 0,50%, aos 62.446 pontos, sustentada pelo desempenho das ações do setor de siderurgia e mineração.

Em sua primeira entrevista coletiva à imprensa desde julho e a dez dias da posse, Trump fez uma séries de críticas ao governo Obama e também discutiu com repórteres presentes, mas como não tocou em temas econômicos, o dólar acabou perdendo força – antes do início da entrevista, a divisa operava em alta. Em meio a esse ambiente, o dólar também recuou em escala global, com o “dollar index” tendo variação negativa de 0,31% próximo ao horário de fechamento dos negócios no Brasil.

— O dólar começou a ficar mais fraco depois do início da fala de Trump. Indiretamente, isso ajudou as empresas do setor de commodities na Bolsa e de exportadoras. Mas na entrevista ele adotou uma postura ainda polêmica, então a gente deve esperar mais volatilidade — disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

Na visão de Jefferson Luiz Rugik, a alta registrada pela moeda nas primeiras horas de negócio – na máxima, a divisa chegou a R$ 3,231, esteve atrelada às expectativas em relação a possíveis medidas por parte do novo presidente americano.

— Trump focou mais em seus negócios pessoais, relações com a Rússia, com o México e com a imprensa, deixando de lado importantes assuntos econômicos — avaliou.

Para Marcos Henrique Jamelli, analista de câmbio da Gradual Corretora, esse período da manhã também foi utilizado para que os investidores fizessem correções em suas carteiras.
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— O mercado aguardava o discurso de Trump e faz uma correção após a recente depreciação do dólar — disse.
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Já internamente, os investidores estavam de olho na decisão da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Para Alexandre Espirito Santo, economista da plataforma de investimentos Órama, o mercado já embutiu em seus preços a perspectiva de redução nos juros. A queda foi de 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano. A curva de juros apontava para um corte de 0,50 ponto, o que pode levar a ajustes no mercado de câmbio e juros amanhã no início dos negócios.

— O IPCA veio um pouco abaixo do esperado, e o mercado continua atribuindo alguma chance de um corte maior que 50 bps (0,5 ponto percentual) na Selic hoje — aponta Hersz Ferman, economista da Elite Corretora.
PETROBRAS SUSTENTA BOLSA

O desempenho dos papéis da Vale e das siderúrgica garantiu os ganhos do Ibovespa nesta quarta-feira. Além da fala de Trump, essas empresas ainda refletem a alta do preço no mínério de ferro. As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Vale subiram 2,82% e as ordinárias (ONs, com direito a voto), 2,06%, em mais um dia de valorização do minério de ferro na China — a commodity subiu 1,23% no porto de Qingdao.

Dos papéis da Petrobras e da Vale sustentam o Ibovespa. As preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal têm alta de 0,96%, cotadas a R$ 15,63, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) sobem 2,21%, a R$ 18. No caso da Vale, as PNs sobem 2,48% e as ONs têm alta de 1,43%
As duas maiores altas, no entanto, foram registradas na Gerdau e Gerdau Metalúrgica, com altas de, respectivamente, 5,17% e 4,91%.

No caso da Petrobras, a alta foi de 1,16% nas PNs, cotadas a R$ 15,66, e as ONs subiram 2,49%, a R$ 18,05.
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Entre as quedas, as principais foram registradas na Suzano, com recuo de 2,42%, e na CCR, que caiu 3,53%.
As Bolsas americanas também sobem. Dow Jones tem valorização positiva de 0,34% e no S&P 500 o índice sobe 0,12%. Na Europa, aos principais índices operaram em leve alta. Em Londres, o FTSE 100, ganhou 0,21%. O DAX, de Frankfurt, fehcou com alta de 0,54%. Em Paris, o CAC 40 ficou praticamente estável (0,01%).

Na China, as bolsas recuaram pelo segundo dia. O índice CSI300, de Xangai e Shenzhen, recuou 0,7%, enquanto o índice SSEC, de Xangai, teve queda de 0,77%. Em Tóquio, o Nikkei avançou 0,33%. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,84%.

 

 

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