Proposta deve apenas impedir que gastos aumentem
O secretário Nacional de Previdência Social, em entrevista ao Portal UOL, declarou que a reforma da previdência proposta pelo governo Federal não irá diminuir o rombo na área.
De acordo com o secretário, tudo que a reforma fará será manter o gasto do governo com a Previdência em 8%. Sem a reforma, Caetano diz que esse percentual tende a aumentar.
“Se não fizer nada, a gente vai ter que suportar um aumento de carga tributária de 10 pontos percentuais do PIB”, disse o Secretario. Caetano ainda fez uma exemplificação de quanto esse valor iria impactar nos impostos pagos pelos contribuintes.
“Ou seja, hoje, fazendo uma simplificação, de um ano que a gente trabalha, quatro meses a gente utiliza para pagar tributos. Então esses quatro meses ficariam algo na faixa de seis meses”, explicou.
A proposta de reforma da previdência do governo Federal dificulta o acesso à aposentadoria, aumentando a idade mínima de 65 anos para solicitação do benefício e estabelecendo a exigência de 49 anos de trabalho.
Sindicatos e trabalhadores argumentam que o rombo utilizado pelo governo como justificativa para a reforma seria uma farsa, pois desconsidera apenas o arrecadado de empresas e trabalhadores para suprir as contas com Previdência.
Para os contrários a proposta, impostos como CSLL (Contribuição Sobre Lucro Líquido), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e PIS/Pasep também deveriam ser considerados.
Para o Secretario, há rombo na Previdência mesmo com a inclusão da receita desses tributos. “Se a Previdência por si só já tem um deficit de R$ 150 bilhões, só o INSS, naturalmente que ela está puxando dinheiro de outras áreas.
“Esse dinheiro que está indo para a Previdência é o dinheiro que está deixando de ir para Assistência, está deixando de ir para a Saúde. Então, existe um deficit”, afirma Marcelo Caetano.
(com supervisão de Evelin Araujo)