Produtores rurais da região da Chácara das Mansões

O Programa Rota do Sabor tem movimentado e trazido esperança para os pequenos produtores rurais da região da Chácara das Mansões, em . Com o objetivo inicial de profissionalizar a produção de hortifrútis em 13 propriedades da região para abastecer a rede municipal de ensino da cidade, a iniciativa ganhou novos rumos a partir da solicitação de 21 novos empreendedores para integrar a cooperativa em formação.Em formação, cooperativa do Rota do Sabor salta de 13 para 44 produtores rurais

Localizada em uma região de fácil acesso aos produtores, a Colônia de Férias da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande será a sede provisória da cooperativa. Após a formalização a cooperativa será incubada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e contará com o curso de Agronomia da Uniderp prestando apoio técnico para produção. Nos primeiros três meses, as reuniões entre os produtores e as entidades envolvidas no programa acontecerão todas as segundas-feiras, das 19h às 21h. Já os trabalhos de análise de solo e orientações técnicas, ocorrerão no período diurno.

“Por estarmos tão próximos dessas famílias, temos a responsabilidade de ajudar a desenvolver os negócios que sustentam a região. Queremos inovar o setor produtivo de Campo Grande, por meio da profissionalização desses pequenos produtores rurais, e como boa parte da produção será absorvida pelo município, isso vai garantir que o dinheiro circule na Capital, movimentando nossa economia e ajudando essas famílias de produtores a prosperarem”, contribui o presidente da ACICG, João Carlos Polidoro.

As próximas reuniões serão imprescindíveis para a formalização da cooperativa, pois além de fornecer as informações sobre o funcionamento da modalidade, os produtores deverão se conhecer e definir, por exemplo, a linha de produção e o cronograma das propriedades. Em duas semanas será fechado o processo de cadastro dos produtores, e o número total de cooperados poderá ser ainda maior. “Precisamos fechar este cadastro para podemos trabalhar com as demandas mapeadas. Tivemos a informação que esse número pode ultrapassar o 44 cadastrados até o momento e, inclusive, com a participação de empresários já estabelecidos, que estão se achegando à ideia da cooperativa e isso é muito legal”, conta a Coordenadora da Incubadora de Cooperativas da UFMS, Mirian Aveiro.

A incubadora da UFMS dará suporte técnico, administrativo e jurídico à cooperativa, e o curso de Engenharia de Produção participará ensinado a aumentar o valor agregado dos produtos. Os associados terão direito à atendimento médico-odontológico, também propiciados pela Universidade Federal. “A UFMS está feliz com esse projeto. É um trabalho que iniciamos há 9 anos, mas que hoje, com a construção do mercado-escola, demandamos a necessidade desses produtos. Só o restaurante universitário consome 26 toneladas de hortaliças por mês, e é abastecido por externo, por meio do CEASA, por isso recebemos um convite da UFMS para produzir esses alimentos, e abraçaremos esse convite bem como o objetivo de atingir a autossuficiência na produção de alimentos aqui no município, finaliza Mirian.

Rota do Sabor – O Programa Rota do Sabor foi lançado no dia 02 de junho, e é realizado por meio da parceria entre a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedesc), universidade Uniderp, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e a Associação dos Moradores da Chácara das Mansões (AMCM). Criado com o objetivo de organizar a produção rural do município, o programa pretende reduzir a evasão de Produto Interno Bruto (PIB), e especialmente gerar emprego e renda no campo.

Parceira do programa, a Uniderp prestará assistência técnica às propriedades, por meio do curso de Agronomia. “Neste primeiro momento, acadêmicos e professores realizarão a análise de solo das propriedades, um serviço que permite conhecer em detalhes e as características do terreno e com isso direcionar as decisões para melhorar a produtividade, como exemplo na escolha do adubo e que quantidade deve ser aplicada. Vamos acompanhar a produção de hortifrúti até o momento da colheita, orientando sobre como tornar as atividades da familiar ainda mais sustentáveis”, explica a coordenadora de Agronomia da unidade Agrárias, Graziella Ribeiro Brum.

O economista-chefe da ACICG, Normann Kallmus fala sobre a importância do programa para a economia de Campo Grande. “Atualmente a produção agrícola do município é responsável por menos de 4% dos volumes comercializados na CEASA. O resultado é que, se considerarmos somente os 11 produtos mais importantes, estamos comprando de outros estados o equivalente a R$200 milhões por ano. Para que se tenha a dimensão do problema, o PIB do agronegócio em 2016 foi de R$220 milhões, ou seja, poderíamos quase dobrar o PIB do setor primário se houvesse produção local”, afirma.

Além de abastecerem a rede municipal de ensino da Capital, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar, a cooperativa terá a oportunidade de vender sua produção no pavilhão reservado à agricultura familiar, dentro do CEASA, fornecer para a Universidade Federal, e comercializar os produtos para outras regiões dentro e fora do estado. “Alguns produtores já estão se organizando, inclusive, para aumentarem as produções de peixe e frango caipira para abastecerem o município”, complementa o economista.

Luiz Fernando Buainain, secretário do Desenvolvimento Econômico e de Ciência e Tecnologia de Campo Grande, disse que o Rota do Sabor pode ser expandido para outras regiões da cidade. “Esse será o projeto piloto, que desenvolverá o conceito para ser expandido pelo município, visando inicialmente o mercado local e depois, o excedente para industrialização. Existem vários projetos em torno desse mesmo tema que serão colocados em funcionamento a partir do evento do dia 2. Entre as próximas regiões a serem avaliadas para participar do programa estão os distritos de Anhanduí e Rochedinho”, colaborou.