Recuou 1,03 por cento

O dólar caiu mais de 1 por cento e devolveu toda a valorização da véspera ante o real, num movimento de correção influenciado pela alta de commodities como o petróleo, em dia de apetite um pouco maior pelo risco no exterior.Dólar passa por correção e cai mais de 1 por cento ante real

Como pano de fundo, os investidores aguardavam novidades nas negociações do governo em busca de apoio para as reformas no Congresso Nacional.

O dólar recuou 1,03 por cento, a 3,1459 reais na venda, maior queda percentual desde 12 de julho, quando recuou 1,40 por cento. Na véspera, a moeda registrou a maior alta em quase dois meses e encostou em 3,18 reais. Na semana, caiu 0,89 por cento.

Na mínima da sessão, o dólar foi a 3,1411 reais e, na máxima, 3,1768 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,40 por cento.

“O desmonte de posições compradas içou as commodities e favoreceu o recuo do dólar”, comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.

Lá fora, o petróleo terminou o dia com forte elevação, com os investidores sendo incentivados por dados sugerindo que o excesso de oferta estava diminuindo de forma constante.

O dólar caía ante uma cesta de moedas e também ante divisas de emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano. Mas a moeda reduziu as perdas vistas mais cedo ante o iene após a notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu Steve Bannon do cargo de estrategista-chefe.

Internamente, os investidores continuavam monitorando o cenário político, com o governo buscando apoio para aprovar sua pauta no Congresso.

“Seguem no radar as negociações para a aprovação das novas metas fiscais anunciadas pelo governo, que podem servir de teste para avaliar como será o apoio para a reforma da Previdência”, afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, em relatório.

Na véspera, chegou ao Congresso a mensagem presidencial contendo projeto que modifica as metas de resultado primário para 2017 e 2018 para déficit de 159 bilhões de reais.

A mudança da meta foi acompanhada de medidas, como a elevação da contribuição previdenciária de servidores, que também precisam de aprovação do Congresso. Além disso, o governo também quer garantir no Legislativo a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) e o Refis, renegociação de dívidas tributárias. Isso sem contar a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.

“O ambiente político continua tumultuado com dúvidas em relação à aprovação da TLP, que está com prazo bastante apertado”, afirmou o chefe da mesa de derivativos da Mirae Asset, Olavo Souza.

Para impedir que denúncia por crime de corrupção passiva contra ele avançasse no Congresso, o presidente Michel Temer gastou bastante de seu capital político e agora tem que aprofundar as negociações para a aprovação de reformas.