Dinheiro do FGTS deve ser utilizado para quitar dívidas, alerta economista

Pagamentos dos débitos é saída mais inteligente, diz

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Pagamentos dos débitos é saída mais inteligente, diz

A medida do governo de Michel Temer (PMDB) para injetar crédito na economia interna – a ‘liberação’ do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo Trabalhado) – mexeu com os ânimos da população brasileira, que estão no centro de um cenário de recessão econômica. O saldo de contas inativas já pode ser acessado pelo aplicativo, saiba mais aqui. O dinheiro poderá ser sacado entre 13 de março até 14 de julho e o alerta para o uso consciente da graninha extra vem do economista Sérgio Bastos: pagar dívidas ou comprar bens considerados ‘prioritários’.

O que Sérgio alerta é parte da crise brasileira, o endividamento das famílias brasileiras, que cresceu 0,2 ponto percentual de agosto para setembro de 2016, atingindo 58,2% em setembro. Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

“Os juros subiram e as pessoas comprometeram parte da renda delas, então, além daquele gasto comum, mensal, elas acabavam liquidando sua renda ainda mais”, explica Sérgio. “Devem gastar com prioridades, dívidas com cartão de crédito, com cheque especial. O FGTS é um recurso que tem uma remuneração muito baixa, 3% ao ano, metade da poupança, mais a TR [Taxa Referencial], então isso faz com que rendimento seja baixo, na medida que ela possa sacar esse valor, ela tem que fazer de uma maneira planejada”, orienta.

As famílias campo-grandenses, ainda assim, talvez possam utilizar o dinheiro para adquirir algum bem. Isso porque Campo Grande se posiciona como a segunda capital que detém menor quantidade de famílias endividadas da região Centro Oeste, apresentando um percentual de 56%, e é a que possui o menor valor médio de dívidas por família, com R$ 1.203,00.

“O que ela pretende fazer com esse recurso, pagar dívidas mais caras, que acabam incorrendo em juros, ou adquirir bens que ela tenha necessidade. São maneiras de ela fazer um uso adequado desse recurso”, complementa o economista. “Muitas das pessoas que vão retirar o recurso elas estão desempregadas, ou estão com dificuldades financeiras, acaba sendo muito oportuno, nesse momento, elas sacarem esses valores, que são das contas inativas”.

Advogada trabalhista, Lidiane Verlhaga alerta para o funcionamento do FGTS. “Cada contrato de trabalho é uma conta de fundo de garantia, então, quando a pessoa pede permissão e não consegue sacar, o dinheiro fica lá. A primeira coisa que a pessoa tem que fazer é ir atrás dos extratos de FGTS dela pra saber quanto ela tem depositado que está inativo. De posse desses estratos, com isso que ela vai fazer o levantamento, porque esse fundo de garantia, na verdade, o nome já diz: é fundo de garantia por tempo trabalhado, então é uma indenização que a pessoa ganha por tempo trabalhado na empresa”, afirma.

Consumo deve aumentar

A inflação brasileira chegou a atingir 10,67% em 2015. Em 2016,  o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) re fechou o ano em 6,29%. O Comitê de Política Monetário (Copom) decidiu, no dia 11,  reduzir 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), que agora será de 13% ao ano, em decisão unânime. A queda na taxa de juros, deve provocar o aquecimento da economia interna, provocando a volta do consumo. É o explica Sérgio.

“Até porque há uma estatística mostrando que as pessoas, no ano de 2016, elas recorreram a crédito, principalmente pra pagar dívidas, elas não recorreram para adquirir bens, então é um recurso que girou mais no âmbito do sistema financeiro, não veio pro mercado de bens. Se nesse ano de 2016 usaram o crédito basicamente pra pagar dívidas, pode ser que nesse momento, elas já possam adquirir bens, podem ter reestruturado um pouco melhor as suas finanças e gastar na aquisição de bens”, finaliza.

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