Aprosoja-MS debate agricultura indígena em Brasília

Produtores indígenas do município de Amamba

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Produtores indígenas do município de Amamba

A Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) participou de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara Federal, nesta quarta-feira (18), em Brasília, que tratou sobre a questão da produção agrícola indígena no Brasil. Christiano Bortolotto, presidente da Aprosoja/MS, acompanhou de perto um grupo de produtores indígenas do município de Amambai, sul do estado.Aprosoja-MS debate agricultura indígena em Brasília

Mais de 35 indígenas de Mato Grosso do sul estiveram na Câmara Federal em uma iniciativa liderada pelo presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), o deputado federal Nilson Leitão, para debater a produção agrícola indígena. Diversos membros da FPA estiveram presentes. Ao todo, a audiência contou com a presença de mais de 60 indígenas de todo o Brasil, dos estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Rondônia e Maranhão.

Em prol do crescimento

De acordo com o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto, os indígenas que estão um pouco mais próximos da cultura e civilização urbana querem produzir e buscar outro meio de vida para se desenvolver.

“Muitos deles querem desenvolver a produção, seja de mandioca, milho, frango, para se viabilizarem e entrar na economia formal, com acesso às tecnologias, informações e as mesmas condições que nós, produtores, temos para produzir. Eles enfrentam uma série de dificuldades e nós procuramos dar algum apoio com o conhecimento que temos. Os sindicatos rurais, através do Senar/MS, disponibilizam cursos de qualificação para eles terem uma produção mais sustentável e rentável”, afirmou.

Bortolotto também destacou a importância da promoção do consumo da produção agrícola indígena. “O estado tem de estar atento a estas demandas. É importante que eles produzam dentro de suas reservas e que tenham condições não só de produzir, mas de comercializar para, assim, deixar o assistencialismo e entrar na atividade econômica”, enfatizou.

“Queremos produzir”

Um dos líderes Guarani-Kaiowá do município de Amambai, Italiano Vasque, afirmou que a comunidade indígena irá melhorar o sistema econômico das aldeias se tiver uma agricultura forte. “Nós queremos produzir, plantar e colher para sustentar a nossa família. Não viemos aqui para passear. Queremos levar respostas para as nossas bases”, pontuou Italiano.

O presidente da FPA, deputado Nilson Leitão, disse ao final do debate que os índios devem ter o direito de decidir o seu futuro. “Os indígenas precisam decidir o que eles precisam, o que eles querem. Se querem receber cestas básicas, tudo bem. Mas se eles querem produzir e prosperar, precisamos pensar em criar meios para isso. O Estado brasileiro não pode impedir o desenvolvimento daqueles que querem crescer”, finalizou.

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