Sem trégua, chuva faz preço de hortifruti disparar em Campo Grande
Oferta e qualidade é menor desde início das chuvas
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Oferta e qualidade é menor desde início das chuvas
A diferença nos preços do hortifruti já pode ser sentida no bolso. Com perdas na lavoura e menor qualidade devido as chuvas que assolam o Estado desde novembro, os preços dos legumes, verduras e frutas já começaram a subir. O preço disparou na entrada de janeiro em muitos mercados de Campo Grande, e o tomate e a batata foram os vilões do hortifruti.
A empresária Niura Lacerda, de 59 anos, já sentiu o aumento no bolso. “Tudo tem subido muito neste não. Eu venho toda semana no mercado, e agora tenho que escolher o que levar, e pouco. Não dá mais para levar tanto como antes”, disse. Ela também tem pesquisada os preços antes da compra. “Tem que procurar bem em vários mercados para, então, comprar”.
O quilo do tomate vendido a R$ 5,20 no fim do ano passado, agora está em R$ 9,50. A batata foi de R$ 4,50 para R$ 7,00 em um mercado hortifrúti da Capital. “Produtores daqui de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, de onde compramos, estão sofrendo com as chuvas. Eles aumentam o valor da mercadoria, então, não tem como não repassar isso ao cliente”, explica a gerente Janaína Francelin.
Segundo ela, as verduras não tiveram aumentos significativos como os legumes. “Nós conseguimos segurar o valor das folhas, até porque elas estão vindo com qualidade abaixo do esperado, estão menores, o que dificulta a venda”, ressalta.
“A perda dos produtores está sendo muito grande nos últimos dias, e com isso, a oferta é pouca. A gente paga mais caro, então tem que vender mais caro. O aumento no litro do combustível também influencia. Os produtos que vem já não tem uma boa qualidade, e eles não resistem tanto. Por isso, um aumento considerável nos legumes e verduras”, explica a gerente de um mercado hortifruti, Elaine Cristina Menezes de Morais. Segundo ela, o aumento nas verduras foi de 20%, assim como nos legumes. O quilo do tomate está sendo comercializado a R$ 7,09 e a batata a R$ 3,85.
Tomate e batata estavam entre os produtos pesquisados pelo relatório da Cesta Básica Alimentar Individual e Familiar, divulgado pela Semade (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), que mais subiram em 2015. A explicação, segundo o relatório, está na menor oferta. Com entressafra, o preço da batata aumentou 19,60%. O tomate aumentou 14,29%, devido ao fenômeno El Niño, que continua influenciando o clima brasileiro. Os primeiros meses deste ano continuarão sendo de chuva, o que afeta boa parte da produção de legumes, frutas e verduras.
Morango e melancia estão entre as frutas que tiveram maior aumento e procura no fim do ano. “Chegou a faltar melancia nos últimos dias de dezembro. Ficamos quase dois dias sem, e ninguém do Estado tinha, encomendamos do Rio Grande do Sul, mas também com valor acima do normal, já que muitos produtores não tinham”, destaca Elaine.
A gerente ainda ressaltou que os consumidores podem enfrentar aumentos ainda maiores no hortifruti. “Se a chuva continuar, os preços vão continuar subindo”, afirma.
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