Queda da economia leva à redução de empréstimos dos bancos
Chefe do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que no inicio do ano é comum haver menor expansão do crédito
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Chefe do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que no inicio do ano é comum haver menor expansão do crédito
O encolhimento da economia levou a uma queda no saldo do crédito ofertado pelos bancos a empresas e famílias. Em fevereiro, pelo segundo mês consecutivo, o saldo das operações de crédito recuou e fechou o período em R$ 3,184 trilhões. Em relação a janeiro, houve redução de 0,5%. O saldo do mês correspondeu a 53,6% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), queda de 0,4 ponto percentual em relação a janeiro. As informações foram divulgadas hoje (29) pelo Banco Central (BC).
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que no inicio do ano é comum haver menor expansão do crédito, porque atividade econômica é normalmente mais fraca. Mas, atualmente, a retração da economia leva à queda do crédito.
Projeções
Para o ano, o BC revisou a projeção de crescimento do saldo das operações de crédito de 7% para 5%. No caso do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros, a projeção de expansão passou de 5% para 2%. A estimativa para o crescimento do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) foi alterada de 9% para 7%.
Em relação ao PIB, o crédito deve corresponder a 54%, abaixo da projeção anterior de 55%. No ano passado, essa relação ficou em 54,5%.
Os bancos públicos devem apresentar expansão do saldo dos seus empréstimos de 9%. A projeção anterior era 8%. Já os bancos privados nacionais devem ter queda de 1%. A projeção anterior era de crescimento de 2%. De acordo com as estimativas do BC, o saldo do crédito dos bancos privados estrangeiros vai crescer 4%, estimativa cortada pela metade em relação à divulgada em dezembro (8%).
De acordo com o Banco Central, o recuo no crédito para as famílias foi influenciado, em fevereiro, pela redução nos gastos com cartão de crédito à vista. Em janeiro, comparado ao mês anterior, houve recuo 3,4% no saldo dessa modalidade. “Fevereiro é um mês de ajuste, depois das férias. Tem pagamento de impostos, material escolar. Com isso, há uma contenção de despesas de consumo. O número de dias úteis a menos também influencia nessa sazonalidade”, disse Maciel.
O chefe do Departamento Econômico do BC também destacou a queda no saldo dos empréstimos para a compra de veículos, que foi de 1,6% de janeiro para fevereiro deste ano. “A aquisição de veículos continua caindo de forma significativa. O ciclo de atividade impacta a renda. Mais do que isso, é uma modalidade que requer comprometimento de renda futura, por período importante, e aí os indicadores de confiança pesam. Em períodos de maior incerteza, há maior restrição por parte das pessoas em comprometer renda futura”, acrescentou. No total, o saldo do crédito livre para as famílias recuou 0,3%, em fevereiro.
Maciel também destacou a desaceleração do crédito imobiliário (uma das modalidades do crédito direcionado). Em fevereiro deste ano, o saldo dessa modalidade cresceu 0,5% em relação a janeiro. No mesmo período do ano passado, a expansão ficou em 1%. “É natural que, após crescimento expressivo [em anos anteriores], se tenha taxas de expansão menores. Mas teve elevação de taxas de juros do financiamento imobiliário. Isso tende a refletir também na evolução da carteira”, acrescentou.
Empresas
O crédito livre para as empresas também recuou no mês passado: 1%. A principal modalidade desse tipo de crédito, o capital de giro, recuou 1,3%. Maciel disse que o capital de giro com prazo inferior a 365 dias, concedido principalmente a pequenas e médias empresas, caiu 2,2%.“Isso reflete um encolhimento do crédito para esses segmentos. Há maior cautela na concessão diante desse quadro de incertezas e as próprias empresas têm maior cautela no comprometimento de receita futura”, disse.
Os dados do BC também mostram recuo no saldo dos empréstimos às empresas com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que caiu 1%, no mês. Segundo Tulio Maciel, o motivo para a retração é a elevação dos juros, a redução dos investimentos devido à conjuntura econômica e a menor demanda. Para ele, essa redução ainda está se intensificando.
Inadimplência
A inadimplência, quando são considerados os atrasos superiores a 90 dias, do crédito livre para as famílias ficou estável em 6,2%, em fevereiro em relação a janeiro. Para Tulio Maciel, os bancos estão mais seletivos na concessão de crédito e as famílias estão preocupadas com a gestão financeira e com maior cautela.
No caso das pessoas jurídicas, Maciel destacou que há uma tendência de aumento da inadimplência associada, principalmente, a pequenas e médias empresas. Para Maciel, a evolução “gradual” da inadimplência tem o aspecto positivo de fazer com que os bancos se preparem antecipadamente, aumentando as provisões (recursos reservados para casos de inadimplência).
Em fevereiro, a inadimplência das empresas no caso do crédito livre ficou estável em 4,7%, em relação a janeiro. No caso específico do capital de giro, houve aumento da inadimplência em 0,2 ponto percentual, com a taxa em 5%.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
SAMU recebe seis novas ambulâncias em Campo Grande
As viaturas foram adquiridas em compensação pela retirada de oito veículos antigos do SAMU
Definido calendário do futebol de Mato Grosso do Sul na temporada 2025
Temporada começa no dia 18 de janeiro, com a abertura do Campeonato Estadual de Futebol Masculino da Série A, principal competição do estado
Ele é o pai? Exame de DNA de suposto filho de Leandro revela a verdade
Após entrar na Justiça, homem de 45 anos tem a verdade revelada a respeito da suposta paternidade de Leandro; veja o resultado do exame de DNA
Procura por material escolar já começou e papelarias de Campo Grande se preparam para ‘boom’ de janeiro
Papelarias de Campo Grande já estão com estoque pronto para ano letivo de 2025
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.