Folha de dezembro prefeitura é de R$ 200 milhões

Para pagar o 13º salário dos servidores da Prefeitura de , o prefeito Alcides Bernal (PP) admitiu pela primeira vez que o pagamento corre o risco de ser realizado apenas na primeira quinzena do ano que vem. O anúncio feito hoje (7), em reunião de prestação de contas do município. A situação repete o ano passado, quando a prefeitura só concluiu em janeiro o pagamento do benefício de Natal.
 
A semana tem sido de dificuldades para a Prefeitura, levando em conta que o salário dos servidores ainda não foi pago e o 13ª ainda não tem dia certo para ser depositado. Apesar do desiquilíbrio financeiro,  Bernal assegurou que vai garantir os recursos para o seu sucessor quitar o abono. “Se não conseguirmos pagar em dezembro, vamos deixar os recursos necessários para pagar no mais tardar na primeira quinzena de janeiro”, declarou.

Além do provável atraso, Bernal revelou que, para cobrir a folha, a prefeitura terá que fazer uma ginástica em suas contas, e até a arrecadação do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) deverá ser usada para dar conta dos pagamentos. “Toda a receita de Campo Grande será utilizada dentro do que a lei permite para bancar o 13º salário, inclusive recursos do tesouro”.

A previsão de arrecadação com o tributo em 2016 são de R$ 362 milhões, mas para atingir a quantia, ainda faltam R$ 95,2 milhões.

‘Herança'

O prefeito prometeu ainda que, apesar da crise financeira que a prefeitura atravessa, a herança para o novo gestor será “uma prefeitura saneada e com recursos suficientes para arcar com as despesas”, diferentemente de quando  retomou ao cargo, em agosto de 2015 – à época o rombo estimado era de R$ 110 milhões. Apesar da declaração, Bernal não revelou quanto deixará em caixa para Marquinhos Trad.

A prefeitura da Capital tem mais de 22 mil servidores, e para dar conta de pagar o salário de novembro que vence e dezembro e mais o 13º salário dentro do prazo legal – que vence no dia 20 de dezembro -, o município presaria ter em caixa pelo menos R$ 200 milhões.

Em relação à despesa legal com pessoal, a atual situação da prefeitura é de alerta. Isso porque a atual administração comprometeu 51,07% do orçamento com o pagamento de servidores, enquanto o limite prudencial é de 54%, fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, ou no máximo de R$ 1.370.756.840,11 para o ano todo.

Inicialmente, a previsão era de o gasto com pessoal atingisse a marca de R$1.427.058.228,00, conforme balanço orçamentário de janeiro a outubro, publicado no dia 29 de novembro. A despesa subiu para R$ 1,5 bi e sobraram R$ 262,1 milhões para os últimos dois meses do ano.