Excesso de chuva aumenta custos, diminui qualidade e compromete safra de soja
Se chuva não diminuir, grãos podem ser perdidos
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Se chuva não diminuir, grãos podem ser perdidos
O excesso de chuvas nos últimos dias está prejudicando e muito quem depende do campo em Mato Grosso do Sul. Os produtores de soja do Estado estão preocupados com a colheita e o escoamento da safra. A má qualidade do grão que começa a ser colhido e o encarecimento do frete, devido a rompimentos de pontes e estradas, estão entre os principais problemas.
Nas lavouras de Mato Grosso do Sul, os produtores estão tendo dificuldades para aplicar defensivos. “Não dá para mandar máquinas para isso, apenas avião, devido os buracos, são muitos. Várias máquinas atolaram e já até quebraram por causa disso. E só dá para aplicar defensivo quando está sol, o que não está acontecendo”, disse o presidente do Sindicato Rural de Sete Quedas, Orlando Vendramini Neto.
Com o solo e ar extremamente úmidos começa a surgir fungos, como é o caso da ferrugem asiática, que segundo Orlando é um dos problemas encontrados no municipio, além da dificuldade de transporte. “Com certeza vamos ter uma perda grande este ano. Não para de chover. Não tem ponte, não tem como escoar a produção. A gente vai ter que armazenar tudo”, ressalta.
E a medida não acontece apenas em Sete Quedas, produtores de todo o Estado reclamam das estradas e rompimento de pontes, que devem aumentar a quilometragem, encarecer o frete e aumentar o custo com a produção. Como é o caso do produtor de Naviraí, Yoshihiro Hakamada, que já está pagando cerca de R$ 10,00 a mais no frete de cada tonelada do grão. “A BR-163 voltou a operar na altura de Eldorado, mas a MS 487 é nossa principal opção, onde ainda tem um rompimento na altura do ponto fiscal da foz do Rio Amambaí. Isso está encarecendo o envio do grão a Maringá”, explica.
Armazenamento do grão colhido não é a solução, no caso dos produtores da cidade. “Temos poucos silos na região, é insuficiente. Não tem jeito. É preciso colher e já embarcar”, afirma Hakamada.
Em Iguatemi, segundo o pecuarista Edson Palla mais de 60% das estradas estão intransitáveis. “É preciso melhoria, o mais rápido possível, nas estradas porque três silos não conseguem armazenar toda a produção. Infelizmente, se não conseguirem arrumar essas estradas, os produtores vão perder a lavoura”, considera.
Em alerta
Produtores de todo o Estado olham para o céu esperando uma trégua, mas a previsão não é nada animadora. Nos próximos dias o tempo, segundo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), continua nublado e com pancadas de chuvas e trovadas isoladas.
Os produtores vão continuar enfrentando um verão bastante chuvoso, o que pode prejudicar ainda mais o escoamento e, consequente, encarecimento da produção. “Se continuar chovendo assim, a quantidade de grãos avariados pode aumentar”, relata Hakamada.
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