Na véspera, já havia recuado 0,63%

O dólar comercial chegou a cair mais de 3% durante o dia, mas reduziu um pouco o ritmo e fechou esta quinta-feira (17) em baixa de 2,29%, a R$ 3,653 na venda. Essa foi a maior queda percentual diária desde 3 de novembro de 2015, quando a moeda havia caído 2,39%. Com isso, o dólar emenda a segunda queda seguida. Na véspera, já havia recuado 0,63%.

O dia foi marcado, novamente, pelo noticiário político, com a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil, nomeação suspensa pouco depois por decisão da Justiça do (leia mais abaixo).

Analistas consultados pelo UOL afirmam que não há como saber qual a tendência do dólar, se de queda ou de alta, já que isso depende atualmente da política. Para quem precisa da moeda, a recomendação é comprar um pouco em cada dia, para tentar fazer um preço médio.

Na véspera, após o fechamento dos mercados, foi divulgada uma gravação que mostra que a presidente Dilma Rousseff teria agido para evitar possível prisão de Lula no âmbito da Lava Jato.

Pela manhã, Lula participou de cerimônia de posse e foi oficialmente nomeado ministro-chefe da Casa Civil.

No entanto, pouco depois, o juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, do Distrito Federal, suspendeu a nomeação, alegando que a manobra coloca “risco de dano ao livre exercício do Poder Judiciário”, da Polícia Federal e do Ministério Público.

“A leitura é que Lula não vai conseguir evitar o impeachment [da presidente Dilma]”, disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa, à agência de notícias Reuters.

O mercado tem reagido de acordo com o desenrolar da crise política. Para alguns operadores do mercado financeiro, a troca de governo poderia resultar em maiores chances de recuperação da economia e o fim da crise política. Outros, porém, acreditam que o cenário de incertezas continuaria atrapalhando o reequilíbrio econômico, mesmo com a saída da presidente.

Atuação do BC

O dólar reduziu o ritmo de queda à tarde, após o Banco Central anunciar que vai reduzir a intervenção no mercado de câmbio devido à desvalorização do dólar ao longo do mês de março, de 8,75%.

Entre os fatores externos que contribuem para a queda do dólar neste dia estão a expectativa de uma alta mais lenta dos juros nos EUA.

Na véspera, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) decidiu manter inalterada a taxa de juros entre 0,25% e 0,50%. A decisão já era esperada por analistas do mercado. Alta de juros nos EUA pode levar à saída de dólares de paí considerados menos seguros, como o Brasil.