Dólar tem 2ª queda seguida e fecha a R$ 3,491, menor valor desde 12 de maio
Acumula queda de 3,37% no mês
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Acumula queda de 3,37% no mês
O dólar comercial teve a segunda queda seguida nesta segunda-feira (6), caindo 0,98%, a R$ 3,491 na venda. É o menor valor de fechamento desde o dia 12 de maio, quando o dólar havia fechado a R$ 3,473.
Com isso, a moeda norte-americana acumula queda de 3,37% no mês e desvalorização de 11,59% no ano. O dólar havia encerrado a semana passada com desvalorização de 2,38%.
Juros nos EUA
Os investidores ficaram de olho no discurso da presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Janet Yellen.
Yellen disse que aumentos dos juros provavelmente estão a caminho, embora o relatório de emprego fraco do mês passado mereça atenção.
Investidores aumentaram as apostas de que Fed vai esperar até setembro para subir os juros. Essa seria a única elevação da taxa neste ano. Yellen havia sinalizado previamente a possibilidade de subir os juros já neste mês.
A alta dos juros nos EUA poderia atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde as taxas são maiores, como é o caso do Brasil. A alta do preço das matérias-primas no exterior também deixava o mercado mais otimista.
“O panorama global continua mais positivo hoje e isso favorece o real”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano à agência de notícias Reuters.
Cenário nacional
No Brasil, o foco continuava sendo o cenário político. Segundo a revista “IstoÉ”, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht teria afirmado, em acordo de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato, que a presidente afastada Dilma Rousseff cobrou pessoalmente doação de campanha não informada à Justiça. Dilma tem negado qualquer envolvimento com esquemas de corrupção.
De maneira geral, investidores veem notícias que reduzam as chances de Dilma voltar ao poder ou piorem as perspectivas para seu partido, o PT, nas eleições seguintes como algo positivo.
Muitos criticam as políticas adotadas durante seu primeiro mandato como importante fator na origem da crise econômica atual.
Já notícia do jornal “Folha de S.Paulo” de que o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, teria agido para obter recursos desviados da Petrobras (PETR4) em troca de favores para a empreiteira OAS provocava reações negativas junto ao mercado financeiro. Em nota, Alves disse que todas as doações recebidas em 2014 foram registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Dois ministros do governo do presidente interino Michel Temer já deixaram os cargos em meio a escândalos e investidores temem que a instabilidade política dificulte a aprovação de medidas de cortes de gastos no Congresso.
“O mercado está operando na base do cada dia é um dia, porque todo dia você pode abrir o jornal e ver algo que muda todo o jogo”, disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold à Reuters.
Atuações do Banco Central
O Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio para hoje, mantendo-se ausente do mercado pela quarta sessão seguida.
Mas o nível do dólar a R$ 3,50 chama atenção dos investidores porque o BC diversas vezes atuou no mercado de forma a elevar o dólar quando a moeda caiu abaixo desse patamar. Alguns investidores acreditam que o BC quer proteger as exportações, apesar dos impactos da alta do dólar sobre a inflação.
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