Com recomposição de posições

O dólar sobe mais de 1% com recomposição de posições e incertezas políticas à frente. A queda do petróleo também ajuda na valorização da moeda norte-americana ante o real.

“Chegou em um nível em que o dólar ficou barato para recompor posições. O mercado também começa a fazer análise das manifestações. O povo mostrou rejeição aos caciques da oposição, que foram vaiados. A mudança é necessária, mas ninguém sabe o que vai acontecer no futuro”, afirma João Paulo de Gracia Corrêa, superintendente da SLW Corretora.

Corrêa destaca que a reação da população mostrou que não há um nome político popular e o mercado começa a questionar se, caso a presidente Dilma Rousseff deixe o cargo, quem ficará no lugar será capaz de mudar o rumo da economia.

A expectativa dos agentes de mercado fica por conta da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) na quarta-feira (16) sobre o rito a ser adotado pela Câmara para analisar o pedido de acolhido pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), que prometeu dar continuidade ao processo tão logo o STF se pronuncie sobre o rito.

“Não há como deixar de admitir que a adesão da população aos movimentos de ontem aprofundará sobremaneira a crise política que toma conta do país”, afirma Ricardo Gomes da Silva, superintendente de câmbio da Correparti Corretora.

De acordo com dados do G1, portal da Globo, com base em dados das polícias estaduais, as manifestações reuniram 3 milhões de pessoas por todo o país no domingo (13). São Paulo teve a maior manifestação política já registrada pelo Datafolha, superando até o movimento pelas Diretas Já em abril de 1984. Cerca de 500 mil pessoas foram às ruas da capital paulista ontem, mais do que o dobro do ano passado.

No mercado internacional, o preço do petróleo recuava mais de 2% após o Irã acabar com as esperanças de que participaria de uma ação coordenada para congelar a produção. O Dollar Index, que mede a variação da moeda ante uma cesta de seis divisas, avançava 0,25%.

Corrêa lembra que os agentes de mercado também têm no radar a reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) na quarta-feira (16). A expectativa é de manutenção dos juros. Neste contexto, o dólar à vista tinha alta de 1%, cotado a R$ 3,6184.