Dólar dispara 5% e vai a R$ 3,38 com ‘risco Trump’

Foi a maior alta em mais de seis anos

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Foi a maior alta em mais de seis anos

O dólar disparou nesta quinta-feira (10), com a onda de aversão ao risco por conta da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e pela ausência de atuação do Banco Central brasileiro no mercado de câmbio. Às 12h51 (horário de Brasília), o dólar bateu a máxima de R$ 3,3882, em alta de 5,54%. Foi a maior alta em mais de seis anos, desde 6 de maio de 2010 (5,56%).

Pesavam ainda fluxos de saída de dólares e preocupações sobre o futuro político do presidente Michel Temer.

“O investidor estrangeiro está ‘stopando’ as posições em dólar e saindo”, comentou o gerente da B&T Corretora, Marcos Trabbold.

O dólar já abriu em forte alta esta sessão após o BC anunciar, no noite passada, que interrompeu a oferta de leilões quase diários de swaps cambiais reversos, equivalentes à compra futura de dólares.

O objetivo é “acompanhar e avaliar as atuais condições de mercado” após a inesperada vitória de Trump.

Segundo dados do BC, há US$ 6,491 bilhões em contratos de swap tradicional -equivalentes à venda futura de dólares – que vencem em 1º de dezembro e que, se o BC mantivesse o movimento até então, poderiam ser anulados se os leilões de reversos fossem mantidos neste mês.

“É um volume considerável”, comentou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado, lembrando que o estoque total de swaps tradicionais equivale a US$ 24,106 bilhões.

Em outubro, o BC anunciou que não anularia integralmente os contratos que venceram em 1º de novembro, o que também gerou pressão altista sobre a moeda norte-americana.

“O mercado não sabe até quando o BC não fará leilões de swap reverso e já está procurando ‘hedge’, antecipando uma ausência futura”, explicou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

No Chile, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou nesta sessão que a autoridade monetária está monitorando as condições do mercado de câmbio para ajudar a não colocar mais pressão e que, se for necessário, tomará as “medidas adequadas”.

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