Leve alta foi observada no 1º semestre

O MCV (Movimento do Comércio Varejista), índice apurado pela ACICG (Associação comercial e Industrial de ) apresenta uma leve tendência de alta acumulada no primeiro semestre de 2016. O índice atingiu 92 pontos em julho, 1 a mais em relação ao mês anterior e apresentou alta de 18 pontos desde janeiro, quando registrou 72 pontos. Segundo o economista da ACICG, Normann Kallmus “o ‘tarifaço' aplicado em janeiro inviabilizou alguns segmentos, em especial aqueles relacionados a tecnologia da informação (TI) e papelaria”.

Apesar da leve alta, o índice está 19 pontos abaixo do mesmo mês em 2015, quando registrou 111 pontos. “Tradicionalmente julho, mês de férias escolares, apresenta uma tendência de pequena alta do MCV em relação a junho. A variação de 91 para 92 não é exatamente razão para comemorações, mas devemos considerar que em janeiro o MCV era de somente 74, e que o número está crescendo desde fevereiro”, explica o economista da ACICG, Normann Kallmus.

O MCV/ACICG é apurado a partir da evolução dos dados do setor, englobando as transações realizadas entre empresas e também entre consumidores e o comércio. O índice foi desenvolvido com base fixa definida pela média do desempenho do ano de 2014, considerando a sazonalidade característica da atividade comercial. O MCV é composto de dois outros sub índices que ajudam a avaliar sua evolução: o MCV-PF, que analisa as transações entre Pessoas Físicas e as empresas do setor terciário, e o MCV-PJ, que avalia as transações entre as empresas.

O fator que contribuiu com a subida do índice foi o MCV-PF, que registrou 95 pontos em julho, 3 acima do que foi observado em junho. “Esse dado contrasta com os 112 pontos apurados em julho de 2015, e 106 em 2014. Na comparação com os anos anteriores, portanto, continuamos abaixo do desempenho histórico”, ressalta Kallmus.

Em contra partida, as transações entre empresas analisadas pelo MCV-PJ, registraram 75 pontos, demonstrando queda de 11 pontos em relação ao mês de junho, quando foi apurada uma taxa de 86 pontos. O mesmo indicador de julho dos anos anteriores foi de 100 em 2015, e 113 em 2014. “Percebe-se claramente que o comportamento do MCV-PJ ainda persiste em níveis mais baixos e não responde de forma similar ao MCV-PF. Especialmente em julho deveríamos sentir um crescimento nesse indicador em função da preparação para a volta às aulas, o que evidentemente não ocorreu”, analisa o economista.

​Segundo o economista “ainda resta alguma esperança de que, embora seja improvável, as transações entre as empresas tenham somente sido postergadas, o que só será estabelecido com mais certeza a partir do fechamento dos indicadores do mês em curso, mas, ao que parece, a inflação de custos, que restringe a demanda, a redução do número de estabelecimentos comerciais na base territorial e o aumento da carga tributária estadual, continuam freando a reposição de estoques e derrubando esse indicador”, avalia.

O aumento da inflação em julho, que no segmento de alimentos chegou a 2% e, na média, a 0,52%, continuam a pressionar pela manutenção da taxa de juros básicos, impactando negativamente a velocidade da retomada do crescimento da economia. “O Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) já foi absorvido pelo mercado e os bons resultados da economia americana parecem favorecer a política econômica que, no entanto, não vem conseguindo reduzir a inflação, nem promover a retomada do crescimento, sem o qual, não teremos incremento na taxa de emprego e, em consequência, no desenvolvimento do varejo”, finaliza o economista da ACICG, Normann Kallmus.