Custo na produção e clima fazem previsão da safra de grão 2015/2016 diminuir 6,4% em MS

IBGE prevê uma safra de 16,21 milhões 

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IBGE prevê uma safra de 16,21 milhões 

Como previsto, os problemas climáticos e os altos custos com a produção já começaram a impactar a safra de grãos em 2016. Levantamento divulgado nesta quinta-feira (04) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que a primeira estimativa de 2016 para a safra de grãos em Mato Grosso do Sul é 6,4% menor que no ano anterior.

A previsão da safra é de 16,21 milhões, enquanto no ano passado a estimativa de produção era de 17,32 milhões. A previsão representa 7,7% do total do país, uma vez que é previsto que 210,7 milhões de toneladas sejam produzidas na safra deste ano.

A estimativa de área a ser colhida (4,21 milhões de hectares) no Estado apresentou acréscimo de 2,1% frente a área colhida em 2015 (4,12 milhões de hectares).

O milho, soja e a cana-de-açúcar representam as maiores produções do Estado. São esperadas 8,45 milhões de toneladas de milho na safra 2016, uma queda de 13,1%. A área a ser colhida também cai, passando de 1,68 milhão de hectares para 1,67 milhão de hectares.

Para o presidente do Sindicato Rural de Naviraí, Yoshihiro Hakamada, vários fatores fatores como o alto custo de produção devem ter influenciado a queda, principalmente, no rendimento médio que saiu de 5.785 kg/ha para 5.055 kg/ha, uma queda de 12,6%. “Na época em que os produtores foram comprar as sementes, o milho estava com um preço desanimador. Eles acabaram usando sementes mais baratas e não empregaram tanta tecnologia. Os custos com a produção no geral, principalmente com insumos foram muito caros. Apenas agora que o preço melhorou”, explica ele.

A previsão para a produção de soja também não foi muito animadora. No incio de 2015 era de 7,30 milhões e neste ano a estimativa foi de 7,497 milhões. A área a ser produzida passou de 2,35 milhões de hectares para 2,45 milhões de hectares. O rendimento médio caiu de 3.108 kg/ha para 3.060 kg/ha.

“Poderia ter sido melhor, mas nós tivemos um período muito chuvoso e depois dias sem chuva, dias de seca. Com isso, a soja foi prejudicada e acreditamos que ocorreu até uma perda. Os primeiros grãos colhidos no início do ano não estavam com uma boa qualidade, agora que começaram a melhorar”, disse Hakamada.

Resultados da Conab

Os números divulgados hoje pelo Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontam um aumento de 1,6%. A produção de grãos deve passar de 16,78 milhões de toneladas para 17,06 milhões de toneladas.

Custo na produção e clima fazem previsão da safra de grão 2015/2016 diminuir 6,4% em MSA estimativa para a safra 2015/2016 é de 9,199 milhões de toneladas, menor que as 9,282 milhões/t da safra 2014/2015. De acordo com o relatório, a safra está problemática pelo excesso de chuvas durante o florescimento, que associado à baixa luminosidade, acarreta perdas. As ocorrências de chuvas até a primeira semana de janeiro foram preocupantes, mas a estiagem subsequente melhorou o panorama.

Já a safra de soja a estimativa é de aumento, de 7,177 milhões da 2014/2015 para 7,581 nesta safra 2015/2016. Em Mato Grosso do Sul a produtividade das lavouras deve permanecer inalterada em relação à obtida no exercício anterior, situando-se em torno de 3.120 kg/h. O relatório cita perdas por alagamento e dificuldades em realizar o controle fitossanitário devido a solos encharcados, que impossibilitavam o trânsito de equipamentos em áreas cultivadas.

Com relação aos aspectos fitossanitários foram citadas incidências de baixa a média intensidade de lagartas e percevejos. Quanto à sanidade das lavouras foram registrados casos de ferrugem asiática em níveis superiores ao da safra anterior. A cultura encontra-se predominantemente na fase de maturação, e até o momento a colheita não atinge 2% da área cultivada, concentrada na região sul do estado. Nas demais regiões este processo terá início nos próximos dias e se concentrará em fevereiro.

A cultura do arroz vem sofrendo quedas consecutivas. Esta redução ocorreu além do estimado, em consequência do excesso de chuvas na região sul do estado, o que impossibilitou a implantação da cultura em algumas áreas. 

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