Black Friday: descontos chegam a 70%, mas não empolgam na Capital

Consumidor quer se ver livre das contas 

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Consumidor quer se ver livre das contas 

Na semana que antecede o pagamento da primeira parcela do 13º salário o comércio de Campo Grande já se mostra equipado para atrair a clientela. Porém, mesmo com todo aparato e com descontos de Black Friday que chegam a 70%, o consumidor tem se mostrado relutante em gastar o dinheiro extra para comprar. Em enquete feita por nossa equipe de reportagem, mais de 60% dos entrevistados disseram que estão pensando duas e até mais vezes antes de adquirir novos produtos. 

O funcionário público Almarante Coene, de 61 anos, é o personagem que ilustra o pensamento da maioria dos campo-grandenses. Segundo ele, as vitrines chamativas e anúncios de ‘Black Friday’ até instigam, porém, não ao ponto de fazer gastar. “Décimo terceiro é para pagar contas e não há desconto que me faça mudar de ideia. Gasto com o compromisso certo”, revela.

Se analisado o ponto de vista técnico seu Almarante está coberto de razão. O economista Sérgio Bastos afirma que o 13° é uma oportunidade para replanejar as finanças. “A pessoa vai gastando e geralmente chega um momento em que não sobra e aí começa a se endividar, seja com o cheque especial ou com o cartão crédito. O décimo é a chance de zerar o problema do endividamento”.

O economista explica que para ter o melhor aproveitamento da renda extra de fim de ano e não cair na tentação de comprar por comprar, é preciso atentar-se a três fatores. “Deve-se pensar estrategicamente. Em primeiro lugar vêm as prioridades como contas de água, luz e alimentação, depois, as contas mais caras e dívidas que geram juros. Só então é recomendado que a pessoa tome decisões de gasto”, recomenda.

Para muitos, a chegada do 13º será um incentivo para quitar dívidas e ‘limpar o nome na praça”. A auxiliar de limpeza Aparecida Cabanha, de 42 anos, se diz atraída pelas vantagens anunciadas na semana do Black Friday, contudo, ela conta que se enquadra no grupo que quer, mas não pode. “Tenho uma dívida de uns R$ 1.500, ao invés de fazer mais dívidas vou quitar esta que já tenho para poder ficar tranquila”, relata.

Endividados

A auxiliar de limpeza Aparecida não está sozinha no grupo dos endividados e os números comprovam. Pesquisa de endividamento e inadimplência do consumidor feita pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) em outubro deste ano revelou que 58,1% das família de Mato Grosso do Sul declararam estar endividadas.

Do total, 30,1% disseram ter contas em atraso, 13,3% afirmaram não ter condições para pagar suas dívidas. Quanto ao tipo de dívida, 65,2% apontam que têm contas parceladas no cartão de crédito;  24,8% citam os carnês; 14,2% financiamento de carro, 13,4% crédito consignado e 7,8% financiamento de casa.

 

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