Superintendente diz que frequência aumentou 17% em dezembro

São quase três anos de operações desde a sua implementação em Campo Grande, e hoje o , localizado na avenida Cônsul Assaf Trad, fomenta projetos em meio à vivenciada no País. O grande “baque” sofrido pelo empreendimento de 54 mil metros quadrados, que contabilizou R$ 200 milhões em investimentos no momento de sua abertura, foi o fechamento da loja global Wallmart, em dezembro de 2015. Mas para o superintendente do shopping, Rafael Arnaldi, essa questão ficou no passado. “O Wallmart é a maior empresa do mundo, só que eles estão em um momento em que a operação brasileira ainda não está muito azeitada. Estão fechando 70 lojas no Brasil e 270 no mundo todo. Eles estão se reestruturando, e uma das lojas que estava nesse pacote era a do Bosque”, revela.

Para ele, a movimentação das lojas globais – as chamadas “players” – está acontecendo para que haja o menor impacto possível. “Antes havia uma expansão de consumo, que deu uma freada na rentabilidade das lojas”, analisa. Assim, o mês de janeiro de 2016 foi melhor do que o mesmo período do ano passado, contabilizando um crescimento de 17,8%, enquanto, segundo Rafael, o mercado de varejo encolheu 4,5% na Capital. “Essa crise de confiança que a gente está vendo no Brasil, é claro que nos atrapalha. Mas vamos justamente investir pesado em marketing para 2016. Existem saídas e fechamentos de lojas como foi com o Wallmart, mas isso não se deve ao momento de maturação do Shopping, e sim ao momento da economia que nos transcende”, enaltece.

Na questão da inclusão de novas lojas e marcas, Rafael afirma que hoje são 100 lojas abertas em funcionamento, das 144 disponíveis, e que todos os espaços da Praça de Alimentação estão ocupados. Alguns espaços ainda estão vazios à disposição dos empresários, e a crise afeta esse ponto. “A desconfiança hoje eu vejo muito mais do empresariado que do público. O empresariado realmente está com medo de investir mas apesar disso eu inaugurei 15 lojas em 2015, e isso vai continuar acontecendo”, pontua Rafael. “A gente ainda tem vacância, claro, mas apesar disso o Shopping já tem uma musculatura”, diz.

Poder público

Hoje, o Shopping Bosque dos Ipês se encontra em duas frentes de trabalho relacionadas ao poder público: a abertura de um Prático, ou Centro de Atendimento ao Cidadão, previsto para inaugurar em março, em parceria com o Governo de Mato Grosso do Sul, e a contrapartida ausente da prefeitura, que havia se comprometido a revitalizar o entorno do empreendimento em 2013. Sobre o Centro de Atendimento, Rafael estima que atrairá de 1,5 mil a 2 mil pessoas por dia, que terão acesso a serviços como pagamentos de contas de água, energia e outros.

O local funcionará das 10h às 20h e promete mais conforto na assistência desses serviços. O investimento foi revelado pelo Governo com um capital de R$ 2,5 milhões e área de 474,18m², a um custo mensal de R$ 42.779,90 de acordo com a SAD (Secretaria de Estado de Administração). O superintendente revela que esse valor é abaixo do mercado e foi aceito com objetivo de aproximar o público mais ainda do empreendimento. “O contrato feito com o Governo foi super diferenciado, abaixo do valor de mercado, mas foi um projeto onde a gente embarcou. O Shopping tem a obrigação de ser uma referência e realizar benfeitorias”, enaltece.

Sobre a prefeitura, Rafael acrescenta que a revitalização prometida para a região da avenida ainda é aguardada. “Um dos requisitos para a instalação do Shopping era essa revitalização, que não ocorreu. A gente tem trabalhado e pedido, porque o acesso deve ser facilitado aos cidadãos, a cidade merece. Ainda falta conseguir esse compromisso”. Hoje, a -Via está em fase de duplicação do Anel Rodoviário ao lado do Shopping.

Novos projetos

Do momento de sua abertura até hoje, a jornada foi longa na consolidação do espaço como um centro de consumo regional, mas segundo Rafael, os acionistas estão otimistas. Para eles, é o momento certo de investir mais no acesso aos moradores da região, bem como trazer a família campo-grandense direto para os corredores com eventos do segmento. “Queremos que esses eventos sejam marca registrada”, avalia.

Os eventos para atrair público vão se concentrar nesse nicho, mas segundo Rafael, não há mais interesse do shopping em estratificar consumidores ou focar apenas em um nicho ou outro do mercado de consumo. “A função de um shopping regional é conseguir atender à região onde está instalado. O público de menor poder aquisitivo é atendido pelas âncoras, pelas lojas aspiracionais, e temos também lojas que atendem o público classe A. Queremos receber todo mundo”, reitera.