‘Acabou Carnaval’: pais ‘invadem’ livrarias em busca de material escolar

Campo-grandenses levam apenas “o necessário”

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Campo-grandenses levam apenas “o necessário”

“O ano só começa depois do Carnaval”. Centro lotado, ruas cheias, os campo-grandenses aproveitaram a quarta-feira de cinzas para garantir o material escolar. A procura hoje (10) era grande na área central de Campo Grande. E com a crise, as compras foram de itens “realmente necessários”, segundo consumidores.

Na busca por melhores preços, muitos pais foram ao centro comprar os materiais. O início das aulas nas escolas municipais é na segunda-feira (18) e nas escolas do Estado no dia 29. A dona de casa Flávia Roberta Jardim esperava gastar R$ 150,00 com os itens. “A secretaria da escola onde minha filha vai estudar disse que apesar das aulas começarem dia 18, os materiais não tem previsão de chegada. Vim hoje garantir pelos menos algumas coisas, como lápis, caderno, mochila, para os primeiros dias”, disse.

Os preços, para muitos, estavam caros. “Estamos pesquisando por enquanto porque os preços estão muito ‘salgado’. Pretendo gastar bem pouco, porque esse ano está muito difícil”, ressalta a comerciante Márcia Darlene.

A escola onde a filha da assistente administrativo Valquíria Oliveira estuda pediu mais de 55 itens na lista deste ano. “Ela está no 1º ano de uma escolinha particular, e é normal pedirem muita coisa. Ano passado eu gastei R$ 300, vamos ver quanto vou gastar esse ano. Eu espero uns R$ 200”, disse. Entre os itens, a escola pediu várias unidades de um mesmo produto, como lápis, 30 unidades. “Eu não levar tudo isso, acho que minha filha não vai usar tudo isso. Se precisar, depois eu compro”, descreve.

Katia Cordeiro, é comerciante no Camelódromo e trabalha há três anos com venda de mochilas. “A procura aumentou bastante nos últimos dias. Apesar de uma leve diferença em relação ao ao passado, a expectativa é boa”, cita. Segundo Kátia, a mochila da Frozen e do Minecraft são as mais procuradas pela criançada.

Em uma loja de utilidades da Avenida Afonso Pena a procura era grande. “Esse ano nós aumentamos o estoque para dar conta das vendas. O pessoal procurou bastante nesta quarta de cinzas. Estão gastando em média R$ 120, mas ainda assim, a crise chegou e as vendas estimamos uma queda de 20%”, explica o gerente José Barbosa.

O proprietário de uma livraria na Rua Dom Aquino, Jorge Fernando, também investiu neste ano. “Quanto mais se aproximam as aulas, a procura aumenta. Neste ano, o pessoal não está gastando tanto, eles estão mais cautelosos, levando o que é realmente necessário. Eles preferem os itens mais em conta. E com isso, nós vamos se adequando conforma a economia”, disse.

Jorge contratou 10 funcionários no fim do ano passado para dar conta das vendas. “Aumentamos em 30% o quadro de funcionários. Janeiro e fevereiro são os melhores anos, a gente precisa vender muito para garantir as vendas do ano”, explica.

Reclamação

Muitos pais reclamam da quantidade de itens pedidos pela escola. O Procon/MS orienta que os consumidores que se sentirem lesados podem procurar a unidade, que fica na Rua 13 de Junho, 930, Centro, ou pelo telefone 151.

Um consumidor fez a denúncia ao Procon que vai a escola fiscalizar. “A reclamação questionou a quantidade de material escolar na lista de uma escola de maternal, 8 potes de tinta guache 250 ml

8 potes e massa modelar 500 g, é uma quantidade grande que toma caráter de coletivo, ao invés de uso individual. A escola não pode pedir itens de uso coletivo, apenas individual e de cunho pedagógico”, explica a superintendente do Procon/MS, Rosimeire da Costa.

Conteúdos relacionados