Excesso de chuvas dificulta cultivo de soja e preocupa produtores na região sul de MS

Novembro teve recorde de chuvas no Estado

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Novembro teve recorde de chuvas no Estado

Há cerca de dois meses para a colheita, produtores estão preocupados com o cultivo da soja em algumas regiões de Mato Grosso do Sul. As lavouras que ficam na região sul do Estado enfrentaram muita chuva em novembro, o mês mais chuvoso na série histórica de 37 anos da Estação da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados. A preocupação é com a umidade do solo e água acumulada.

Nas lavouras de MS, dados do Siga (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), mostram que 98,2% da área de soja acompanhada pelo Projeto SIGA MS, já iniciou o plantio. Na região sul, todas as áreas já plantaram o grão.

“No geral, a preocupação é com a pulverização, porque a gente precisa passar o fungicida na hora certa. A chuva causa problemas, principalmente, em áreas mais baixas. É um tempo propicio para a doença. Quando a planta fica muito úmida há dificuldade de passar o fungicida. Se o solo está molhado, não passa máquina, ela atola”, explica o diretor regional da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul) e presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lúcio Damalia, que tem uma propriedade em Douradina.

O solo e ar extremamente úmidos favorecem o surgimento de fungos, como é o caso da ferrugem asiática, que segundo informações do Consórcio Antiferrugem, registra até o momento duas ocorrências, em Dourados e Ponta Porã.Excesso de chuvas dificulta cultivo de soja e preocupa produtores na região sul de MS

“As chuvas em Mato Grosso do Sul foram abundantes e mal distribuídas em novembro. O sul do Estado sofre mais com a influência do El Nino. É uma região de transição, por isso esses municípios sofrem mais com a chuva, as geadas. Tem regiões que o sol não sai com frequência, por isso, o solo fica úmido”, disse o agrometeorologista Carlos Ricardo Fietz. Segundo ele, tem propriedades que os produtores tiveram que fazer drenos para escoar a água que estava acumulada.

Efeitos do El Nino

A atuação do El Niño no Brasil provoca secas em algumas áreas e o aumento das chuvas em outras. No Mato Grosso do Sul foi um mês bastante chuvoso na região sul. De acordo com o boletim agrometeorológico, divulgado na quinta-feira (3), choveu 326 mm em Dourados, mais que o dobro da média deste mês, 143 mm. Houve 18 dias chuvosos e a maior precipitação foi 76mm em 2 de novembro.

A precipitação foi maior em: Sete Quedas (482 mm), Amambai (420 mm), Itaquiraí (421 mm), Juti (315 mm), Ponta Porã (303 mm), Rio Brilhante (286 mm), Bela Vista (249 mm), Jardim (176 mm), Campo Grande (148 mm) e Maracaju (145 mm). A umidade média do ar em outubro foi de 79%, 8% a mais que média do mês (71%).

Nos municípios de Amambai, Aral Moreira, Caarapó, Coronel Sapucaia, Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Japorã, Juti, Naviraí, Novo Horizonte do Sul, Paranhos, Sete Quedas e Tacuru, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) já decretou situação de emergência. 

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