Em ano de crise, negociações salariais têm ganhos menores
No comércio crise é entendida como “mais barulhenta do que real”
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No comércio crise é entendida como “mais barulhenta do que real”
Na briga pelo reajuste salarial, várias categorias acabaram ficando abaixo da média ideal, baseada no percentual da inflação, que atualmente está em 9,9%. Esse valor é calculado levando em consideração o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e reflete o quanto o custo de vida aumentou para os trabalhadores durante o ano.
A maioria das categorias já passou pela negociação em maio, e boa parte delas ficou abaixo de 8,47%, que representa o valor da inflação na época. Na indústria, por exemplo, o reajuste ficou em 6%, e segundo a Fiems (Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul), os acordos salariais tiveram queda significativa entre 2014 e 2015.
No setor automobilístico, o acordo coletivo conseguiu 8%, o que para categoria foi entendido como uma vitória. “As negociações foram bem complicadas por conta da crise, mas conseguimos um reajuste bem significativo”, destacou Carmem Nanashara, advogada do Sintrev (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios de Campo Grande/MS).
Em relação ao número de demissões, Carmem explicou que o fluxo maior foi no início do ano, quando as empresas sentiram realmente o baque da crise econômica, mas que desde o meio do ano as demissões estagnaram e as empresas estão voltando a contratar. “Não da para dizer que foi algo em massa, porque o fluxo de demissões e contratações gira muito. O trabalhador não fica desempregado, porque a muita carência de mão de obra em Campo Grande”.
Na indústria metalúrgica, representada pelo Stimmmems (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Materiais Elétricos de Campo Grande-MS e Região), o reajuste ficou bem próximo da inflação, com 8,25%. “Se compararmos 2014 com 2015, esse ano foi melhor, por conta da abertura de novos postos de trabalho. Tivemos poucas empresas fechadas, que foram compensadas por outras novas”, analisou Alberto Sebastião Alvarenga, secretario de finanças do sindicato.
Na construção civil, o presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande) Abelha Neto, analisou o mercado atual como positivo para a área, afirmando que as negociações tiveram ganho real, sem detalhar o percentual, e que inclusive novos canteiros de obras estão abrindo em Campo Grande, que devem injetar milhões na economia da cidade.
O comércio ainda vai começar as discussões sobre reajuste salarial, mas de acordo com o secretário-geral da Fetracom (Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul), Dorival Pereira Bambil, o percentual mínimo para as discussões será INPC, que hoje está em 9,9%. “Primeiro nós temos que repor o que perdemos durante o ano, e depois discutir o ganho”, destaca.
Sobre a crise, Dorival diz que “é mais barulhenta do que real”, explicando que, apesar da retração do consumo e aumento de impostos, 2015 parece estar melhor para negociar do que o ano passado. “Estamos vendo maior sensibilidade da parte patronal”.
Redução de salários
Em 2015 a crise econômica já levou mais de 110 categorias a aceitarem acordos coletivos de redução nominal de salários, mais da metade deles no Estado de São Paulo. Em Mato Grosso do Sul, todos os sindicatos entrevistados descartaram essa possibilidade, afirmando que, apesar de significativa, a crise não ainda não foi tão avassaladora no Estado.
Carmem Nanashara, do Sintrev explicou que o acordo consiste na redução da jornada de trabalho, para que a haja a diminuição do salário, evitando assim a demissão em massa. “Algumas empresas já nos procuraram para entender como funciona essa redução coletiva, mas ainda não houve nenhuma manifestação nesse sentido aqui”.
Na Fiems a perspectiva é menos otimista, chegando-se a cogitar essa possibilidade caso a crise econômica não de um alívio aos empresários no decorrer do próximo ano.
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