A moeda norte-americana subiu 0,39%

O dolar fechou em alta ante o real nesta sexta-feira, com o impasse em torno da dívida da Grécia ofuscando a expectativa de ingresso de recursos externos no Brasil diante da perspectiva de mais elevações da Selic.

A moeda norte-americana subiu 0,39%, a R$ 3,1181 na venda, mas fechou a semana acumulando baixa de 1,03%. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão.

Investidores digeriram nesta sessão os ruídos em torno das negociações sobre a dívida da Grécia. “A situação na Grécia é uma novela. Ninguém sabe direito o que vai acontecer, então você busca proteção”, afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Várias autoridades afirmaram à Reuters que a União Europeia discutiu formalmente pela primeira vez a possibilidade de um calote da dívida grega, em um momento em que as negociações entre Atenas e seus credores estagnaram e o Fundo Monetário Internacional (FMI) abandonou as discussões.

“Rumores de controles de capital, perdas com dívida e calote estão circulando em meio à deterioração nas negociações”, escreveram analistas do Scotiabank em nota a clientes.

À tarde, no entanto, uma fonte do governo grego disse que o país está pronto para enviar uma contraproposta e retomar as negociações em Bruxelas.

A possibilidade de um calote, que poderia levar Atenas a deixar a zona do euro, vem levando investidores a evitarem ativos de maior risco e a moeda europeia, refugiando-se na segurança do dólar.

Pela manhã, declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, de que o fortalecimento do euro torna mais difícil para países como a Espanha e Portugal sentirem os benefícios de reformas econômicas haviam contribuído para o avanço da divisa norte-americana, mas o efeito evaporou ao longo da manhã e o dólar passou a rondar a estabilidade em relação à moeda europeia.

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No Brasil, investidores continuaram monitorando o noticiário em busca de pistas sobre o futuro da taxa básica de juros. A percepção ampla do mercado é que a Selic tende a subir pelo menos mais 0,75 ponto percentual, encerrando o ciclo de aperto monetário a 14,50%, o que poderia atrair para o Brasil recursos aplicados nos mercados internacionais.

“O mercado precisa colocar na conta que os juros não vão parar de subir tão cedo e que isso traz capital para o Brasil, apesar de toda a pressão vinda lá de fora”, disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

O BC sinalizou nesta semana que pretende rolar uma proporção menor dos swaps cambiais que vencem em julho. Analistas avaliam que a decisão aponta tolerância a um dólar mais forte para estimular a economia via exportações em meio ao ciclo de aperto monetário.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em julho. O BC já rolou o equivalente a US$ 3,006 bilhões, ou cerca de 34% do lote total, que corresponde a US$ 8,742 bilhões.