Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 1,3 milhão de dólares

O dólar superou 2,90 reais nesta segunda-feira, acompanhando o movimento da divisa em outros mercados, uma vez que a incerteza sobre a Grécia continuava elevada mesmo após o acordo entre Atenas e seus credores internacionais e diante do persistente mau humor com as perspectivas econômicas do Brasil.

Às 10h46, a moeda norte-americana subia 0,42 por cento, a 2,8910 reais na venda, avançando pela quinta sessão consecutiva. Na máxima da sessão, a divisa chegou a 2,9046 reais na venda, renovando as máximas em mais de dez anos.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 1,3 milhão de dólares.

Os mercados financeiros globais têm sido pressionados por preocupações com a possibilidade de os desentendimentos entre a Grécia e seus parceiros europeus levarem à saída de Atenas da zona do euro, em mais um golpe à frágil recuperação econômica global.

Na sexta-feira, ministros das Finanças do bloco monetário chegaram a um acordo para estender o programa de resgate à Grécia por quatro meses, mas o país ainda precisa apresentar uma lista de reformas nesta segunda-feira a ser aprovada por seus credores para ratificar o compromisso.

“A Grécia precisa correr para assegurar o acordo. Até lá, o clima vai continuar pesado”, disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. Nesse quadro, o dólar também se apreciava contra moedas como o euro e os pesos chileno e mexicano.

Investidores também vêm mostrando preocupação com a deterioração dos fundamentos macroeconômicos do Brasil e, por isso, diminuído o ritmo de compras de ativos denominados em real.

Economistas consultados pelo Banco Central em sua pesquisa Focus diminuíram novamente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, projetando contração de 0,50 por cento, ante 0,42 por cento na semana anterior.

Por fim, as atenções voltavam-se ainda para a política monetária norte-americana. Na semana passada, a ata da última reunião do Federal Reserve chegou a trazer alívio ao câmbio, sugerindo que o banco central dos EUA poderia não dar início ao aperto monetário em junho, mas parte do mercado interpretou que o documento estava defasado por não refletir os mais recentes indicadores econômicos, o que se somava às pressões sobre o câmbio.

Na terça-feira, a chair do Fed, Janet Yellen, falará a um comitê do Senado, em um pronunciamento que pode trazer mais clareza sobre as perspectivas para o aumento de juros na maior economia do mundo, que poderia atrair para fora do Brasil recursos externos.

Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias.

Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a 97,8 milhões de dólares.

O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de março, que equivalem a 10,438 bilhões de dólares, com oferta de até 13 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 72 por cento do lote total.