Para o vice-presidente da entidade é impossível dissociar as duas práticas

Estatística do Departamento de Competitividade e Tecnologia Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a partir de cálculos recentes, aponta que a , um dos demônios do desenvolvimento brasileiro, é responsável ao País por uma perda na ordem de R$ 67 bilhões por ano. O enorme gargalo, é no entanto sete vezes menor do que o da sonegação, conforme dados do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional. Para o vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso do Sul (CRC-MS), Arleon Carlos Stelini, os dois maus estão estritamente interligados.

“É uma falha institucionalizada, inerente já na cultura de gestão brasileira. A sonegação é uma forma de corrupção e não há como na minha visão se analisar separadamente esses danos. A corrupção na sua forma mais sofisticada é praticada por má fé, mas em outras escalas é efeito da falta de informação, de relaxo, de informalidade de falta de padronização”, explica o contador.

De acordo com Stelini, tanto a sonegação, quanto à corrupção, permeabilizadas na Iniciativa Privada e no Setor Público, geram no país um enorme custo operacional, além da dificuldade de desoneração nos segmentos, em virtude principalmente da influência do Estado no Mercado.

O vice-presidente do CRC-MS esclarece que apesar das empresas abrirem mão de uma lucratividade maior no envolvimento com o Governo, caracterizado por exemplo com o peso doações de campanha eleitoral nessa relação, há por outro lado a fixação comum de preços mais inflacionados na prestação de serviços ou venda de produtos ao Setor Público.

“Só mudando as regras do jogo para a partir disso alterar a forma como as vezes se misturam o Público e o Privado. A doação de campanha, que é um ato legalizado e tende a ser mais difundido com as doações menores, diz respeito a um investimento, algo que em algum momento será traduzido em custo para que seja gerado o retorno esperado. A sonegação, que para muitos significa a economia em primeiro momento vai estar depois imbutida no preço mais caro de um produto. É cíclico”, explica Stelini.