Com dólar alto, voos internacionais têm preços até 48% mais baratos
Os dados são da agência de viagens online ViajaNet
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Os dados são da agência de viagens online ViajaNet
Quem costuma pesquisar preços na intenção de viajar para fora do País encontrou duas situações bem distintas em 2014 e neste ano. Na comparação entre abril e agosto dos dois anos, os preços dos bilhetes chegaram a cair quase que pela metade (48%) em 2015.
Os dados são da agência de viagens online ViajaNet, que compilou promoções realizadas para os principais destinos dos brasileiros saindo de São Paulo para Estados Unidos e Europa.
De todo o período analisado, o caso da cidade norte-americana São Francisco, na Califórnia, foi o exemplo de diferença de preço mais extremo. Em maio de 2014, passagens eram encontradas a R$ 2.410. Já em 2015, a melhor opção de compra saía por R$ 1.237.
O dólar nas alturas, que em 2014 estava no patamar de R$ 2,20 e que neste início de setembro já superou a barreira dos R$ 3,80, costuma ser um vilão nos preços e no fluxo de passageiros. No entanto, não é o que se tem obervado. Segundo Alex Todres, fundador da Viajanet, o preço das passagens caiu justamente pela valorização da moeda norte-americana em relação ao real.
“(Os preços baixos) começaram em abril. Mas a gente achava que as companhias iriam segurar na alta temporada, o que não aconteceu. Na nossa análise, eles tiveram de baixar para que o passageiro continuasse viajando”, diz.
A leitura de Todres se reflete na taxa de ocupação das sete companhias aéreas que operam voos internacionais a partir do Brasil, mesmo com a grande variação do câmbio. Na comparação da média dos segundos trimestres de 2014 e deste ano, de acordo com dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), praticamente não houve mudanças: os voos continuaram com cerca de 80% de assentos ocupados.
“O que nós estamos vendo acontecer é muita gente economizar lá fora: deixa de comer fora e comprar alguma coisa, mas não deixa de viajar”, completa.
Hospedagem mais cara
Se a valorização da moeda norte-americana frente ao real pressionou para baixo o preço das passagens aéreas, o mesmo não pode ser dito sobre as tarifas de hotéis, hostels e outros modelos de hospedagens mundo afora.
Em levantamento realizado pelo Trivago, buscador online que compila dados de mais de 200 sites de reservas hoteleiras, foi possível verificar até mesmo altas, que chegaram a 30% no caso de alguns dos destinos preferidos do público brasileiro.
“Como o real se desvalorizou em comparação com o ano passado e como esses destinos não possuem um volume de turistas predominantemente brasileiro, o mercado hoteleiro desses lugares não mostrou nenhuma redução”, explicou o Trivago, em nota.
Previsões
O dólar nesta sexta-feira (4) fechou a R$ 3,86, voltando ao nível de valorização de 2002. Na cotação feita pela reportagem em casas de câmbio de São Paulo, a moeda norte-americana podia ser adquirida pelo valor médio de R$ 3,95 – incluindo o IOF.
As empresas aéreas que operam voos internacionais, por questões de mercado, não quiseram comentar as reduções assim como se negaram a fazer projeções sobre se os preços vão manter o patamar atual até o fim do ano.
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