Bacalhau do Porto tem sucesso de vendas nas semanas anteriores à Páscoa

Feriado católico gera expectativa também para comercialização de outros peixes e casas de carne reclamam

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Feriado católico gera expectativa também para comercialização de outros peixes e casas de carne reclamam

O momento delicado da economia não tem desanimado os consumidores de Campo Grande a comprar bacalhau no período que antecede a Páscoa. Apenas em um supermercado da Capital, a última semana representou uma venda de R$ 300 mil do item, impulsionada pela alta comercialização do ‘Bacalhau do Porto’, um dos mais caros.

“A promoção do bacalhau nessa época do ano é tão grande que resolveram fazer um espaço único só para essa mercadoria, com variados tipos de produtos relacionados a ela. É uma forma de oferecer ao consumidor alternativas de experimentar o Bacalhau, seja pela lasquinha, pela posta ou pela peça do Bacalhau do Porto. Só neste final de semana (28 e 29 de março) houve a saída de duas mil peças desse item, contando até a manhã do domingo”, diz o funcionário, Edson Santos, que fica responsável pelo atendimento do ‘Empório do Bacalhau’, espaço reservado dentro do mercado para a especiaria.
 
O corretor de imóveis, Lelito Rodrigues, aprovou o atendimento especializado para a venda do bacalhau. Ele afirmou a reportagem comprar regularmente lascas do peixe porém adquirir a peça de Bacalhau do Porto apenas no Natal e na Páscoa. O consumidor confirma perceber uma diferença de sabor entre os tipo de bacalhau que adquire, porém direciona a sua escolha por dois critérios: no caso de preparo de bolinhos ou risoto com peixe prefere o bacalhau mais barato, sendo que para ocasiões especiais opta pelo bacalhau do Porto.

“É um produto difícil de encontrar em outras épocas do ano, então nessas ocasiões faço questão de comprar, porque há uma diferença grande do bacalhau do Porto para esses outros, alguns que embalagem até avisam ser genéricos com a descrição: peixe tipo bacalhau. A textura e a quantidade de carne são as vantagens que o bacalhau mais caro oferece”, diz.
O ‘bacalhau legítimo’ é Cod Gadus Morhua, mais encontrado no Atlântico Norte, que ficou conhecido mundialmente graças à gastronomia portuguesa. O apadrinhamento luzitano gerou a terminologia ao peixe de bacalhau do Porto, porém o bacalhau diferente do que muita gente pensa não é uma espécie, e sim quatro. 

Além do peixe norueguês, há outros e até menos onerosos à experiência de comer bacalhau. Figuram na lista o Molva Molva, o Pollachius virens (com sabor bem acentuado) e o Zarbo, que provavelmente será encontrado nas receitas de bolinhos de bacalhau que o consumidor encomendar em redes de fast-food.

Na mesma onda

Em uma peixaria especializada em peixes de água doce a procura da clientela tem aumentado discretamente nas últimas semanas, com aumento nas vendas, em aproximadamente 10%, conforme o proprietário do estabelecimento  que espera uma procura maior na véspera da ‘sexta-feira santa’.

“O brasileiro deixa tudo para a última hora e temos uma grande expectativa para a quinta-feira (02 de abril) que deverá ser realmente o dia da maior procura do consumidor. Por enquanto cresceu o movimento, de forma escalar nas últimas semanas  “diz o empresário Cleuber Linares.
 
Momento ruim

Já o movimento das duas casas de carne do empresário Amarildo Dib vive outro nível de escala: a da queda acentuada. Com 30 funcionários na equipe, e um lucro que tem caído 50% a cada mês, durante o primeiro trimestre de 2015, o período da Páscoa que todos os anos significa uma retração, caiu como uma bomba segundo ele.

“Durante a semana principalmente a clientela parou, e nessa época que antecede a Páscoa, com o pessoal comprando também o peixe, estacionou de vez. No entanto, a crise que tenho vivido nos meus açougues está mais relacionada ao momento da economia do que a essa questão sazonal do comércio. Tenho contabilizado perdas de 50% no lucro, entre janeiro e março. Como faço? Repasso para os preços? Não dá, aí sai do lucro do empresário que tenta manter o padrão da equipe”, reclama. 

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