Alta de ingredientes não assusta lanchonete que vende salgados a R$ 1
O que explica o sucesso na estratégia de baixo custo da lanchonete?
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O que explica o sucesso na estratégia de baixo custo da lanchonete?
Na Rua Dom Aquino, em pleno Centro de Campo Grande, uma lanchonete oferece cada salgado por R$ 1, preço que não se vê convencionalmente desde o primódio início do Plano Real. Mesmo com a oferta atrativa de custo, não se vê um grande movimento nas mesas e a mercadoria parece encalhada na estufa, situação que a funcionária confirma.
“Tinha uma procura maior antes, mas hoje em dia, do ano passado para cá reduziu muito, acho que em todo o Centro. Os que vem compram menos e há menos clientes, tanto na manhã quanto na tarde. Em vários dias o dono chega a doar o que sobra, dependendo até uma fornada inteira”, diz a atendente Maria Laurinda.
Longe dali a três quilômetros, na mesma cidade, outra Maria tem uma história diferente para contar. Esposa do salgadeiro, Francisco dos Santos, ela é gerente de uma lanchonete na Avenida Bandeirantes, que também vende salgados a R$ 1. No caso do estabelecimento deles, as mesas dificilmente ficam vazias, e o descarte só aconteceu em duas oportunidades, durante os 18 meses de negócio no ponto, que fica próximo à Avenida Salgado Filho.
“São feitos 350 salgados por dia, entre a segunda e a sexta, mercadoria que se esgota felizmente às 16h00 na maioria das vezes. Nos finais de semana depende, mas antes de fecharmos sempre é comercializada a produção, que é feita pelo Francisco”, diz Maria, noiva do salgadeiro, ao mentor de empresas Eduardo Karmouche, que foi ao local conhecer a estratégia da lanchonete e o seu diferencial de qualidade.
O consultor, que atua em parceria com o Midiamax, ficou impressionado não apenas em relação a qualidade dos salgados, vendidos a tão baixo custo, mas também com a história de Francisco – mesmo outras opções que são mais caras não passam de R$ 2. Francisco aprendeu a fazer salgados com a mãe, no início esfira e enroladinho, que ele passou a vender na rua como ambulante. Dessa atividade migrou para hoje ter a sua própria lanchonete e mesmo assim vender pelo mesmo ‘preço da época do isopor’.
“Realmente impressiona o padrão de atendimento, de atenção, a qualidade do produto, mesmo com as altas dos ingredientes e o custo tão baixo de cada salgado. Apenas dois gêneros são vendidos a R$ 2, e a maioria a R$ 1. O que você faz hoje com essa quantia de dinheiro? Outra coisa que destaco é a operação de up-selling que eles praticam com a cortesia de um salgado que eles oferecem quando se compra cinco”, enaltece o mentor de empresas.
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