Safra de café deve superar expectativa em 2 mi sacas

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) avalia que a nova safra de café do país (2011/12) deverá superar as expectativas atuais em cerca de até 2 milhões de sacas, após produtores terem contado com boas condições climáticas e também terem cuidado melhor de seus cafezais em meio a preços altos. “Fala-se em […]

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O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) avalia que a nova safra de café do país (2011/12) deverá superar as expectativas atuais em cerca de até 2 milhões de sacas, após produtores terem contado com boas condições climáticas e também terem cuidado melhor de seus cafezais em meio a preços altos.

“Fala-se em 5 a 6 por cento de crescimento na safra (em relação à expectativa atual), pelo aumento da produtividade”, afirmou à Reuters o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga, em um intervalo do seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2011 e 2012, promovido pela BM&FBovespa e pelo Ministério da Agricultura.

O bom desempenho da safra deve trazer algum alívio para o setor, que terá ao final da temporada 2010/11 (julho-junho) um dos estoques de passagem “mais baixos” já registrados, em meio a uma situação global de baixa disponibilidade de café, disse Braga.

Segundo ele, a colheita 11/12 já iniciada mostra que os grãos estão mais graúdos, o que impacta no rendimento por hectare. Além disso, disse ele, a safra está mais “homogênea” que a anterior e a qualidade está boa.

Essas boas condições deverão elevar a safra entre 1,5 e 2 milhões de sacas, na comparação com os números oficialmente estimados.

A produção 11/12 está estimada pelo Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em 43,5 milhões de sacas –volume que já se configura como o maior já registrado para um ano de baixa no ciclo bianual do arábica.

Na temporada passada, ano de alta do ciclo do arábica, o Brasil colheu 48 milhões de sacas, de acordo com a Conab.

“A colheita está se desenvolvendo em boas condições, e foi uma safra mais bem cuidada pelos bons preços, o que estimula os produtores a fazerem uma colheita mais bem cuidada”, disse.

Os preços do café oscilaram recentemente nos maiores patamares em 34 anos na bolsa de Nova York, em meio a baixos estoques globais de grãos de alta qualidade.

No Brasil, maior produtor mundial, a situação não é diferente.

Segundo o diretor do Cecafé, os estoques de passagem da temporada 2010/11 (base em 31 de março) –antes do início da colheita 2011/12 da variedade robusta no Espírito Santo– somaram cerca de 6 a 7 milhões de sacas, provavelmente os mais baixos da história.

“É um dos mais baixos, se não o mais baixo,” avaliou ele, lembrando que esse volume está nas mãos de produtores, cooperativas, comerciantes e exportadores.

EXPORTAÇÕES

Diante de baixos estoques de passagem para a nova safra, as exportações até a chegada ao mercado do café da nova safra vão sofrer.

Ele estima uma redução nos embarques em maio para cerca de 2,2 milhões de sacas (incluindo café verde e solúvel).

“Em abril, as exportações (totais) foram de 2,7 milhões de sacas, em maio não vai passar de 2,2 milhões e em junho vai ficar bem próximo de 2 milhões”, afirmou ele.

A queda nas exportações ocorre após o Brasil ter exportado grandes volumes ao longo da temporada 2010/11, que deve fechar em junho com 34 milhões de sacas (verde e solúvel).

Considerando apenas café verde, os embarques em 10/11 deverão totalizar cerca de 31 milhões de sacas, um volume maior que o registrado no ano passado, afirmou Braga, sem dar comparações.

Os estoques também se apertaram devido ao forte consumo interno, estimado por Braga em cerca de 19-20 milhões de sacas.

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