Geadas afetaram pastagens e a safra do milho no Cone Sul

As fortes geadas que castigaram todo o Mato Grosso do Sul na semana passada afetaram as pastagens e principalmente as lavouras de milho safrinha em todo o Cone Sul do Estado. Para os especialistas ainda não é possível apontar com segurança os estragos provocados na safra, mas estima-se que as perdas poderão atingir em média […]

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As fortes geadas que castigaram todo o Mato Grosso do Sul na semana passada afetaram as pastagens e principalmente as lavouras de milho safrinha em todo o Cone Sul do Estado.

Para os especialistas ainda não é possível apontar com segurança os estragos provocados na safra, mas estima-se que as perdas poderão atingir em média 40% nas lavouras plantadas dentro dos prazos estipulados pelo zoneamento agrícola.

Já para aquele produtor que decidiu assumir o risco e plantar fora do prazo as perdas poderão chegar a 100% da lavoura, um duro golpe no setor da agricultura na região.

A geada congela o caule da planta, faz explodir as células e impedir que a seiva chegue até o topo. Com isso não ocorre o fotossíntese e a planta morre.

Quando a geada atinge a planta, no caso do milho, com os grãos ainda em desenvolvimento, em estágio leitoso ou pastoso, a perda é inevitável, porém quando a geada atinge planta já a ponto de amadurecer os estragos são menores e em muitos casos nem chegam a afetar a produtividade.

Em Amambai prejuízos podem chegar a R$ 12,7 milhões

Caso se confirme o índice de perda de 40% da safra do milho safrinha na região, o produtor rural de Amambai deverá amargar um prejuízo de pelo menos R$ 12,7 milhões de reais, segundo estimativas do técnico agrícola Sérgio Costacurta.

Com 19 mil hectares plantadas, o município tinha como estimativa colher pelo menos 91,2 mil toneladas de milho nesta safra, o que faria girar algo entorno de R$ 31,9 milhões de reais na economia local.

“Temos que aguardar os próximos dias para termos uma noção mais aproximada dos prejuízos provocados pela geada nas lavouras de milho aqui em Amambai. A perda real mesmo só será contabilizada após a colheita”, relata Sérgio Cistacurta ao informar que quem vai acumular perdas são os produtores que plantaram o milho, mesmo que ainda dentro do prazo de zoneamento, que foi estendido de 28 de fevereiro para o dia 20 de março, porém mais tardiamente.

O atraso no plantio do milho safrinha, que inclusive obrigou o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a estender, em Mato Grosso do Sul, o prazo de plantio previsto pelo zoneamento agrícola para fins do beneficio do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária), se deu por conta do atraso da colheita da soja por conta das freqüentes chuvas.

Em Amambai e nos municípios da região o produtor que conseguiu retirar a soja e plantar o milho antes do quase um mês de chuvas contínuas registradas no mês de fevereiro e começo de março, teve 100% de aproveitamento na safra da soja e não vai acumular nenhuma perda na safra do milho.

Já quem teve a colheita da soja atrasada por conta da chuva e por conseqüência teve que plantar o milho safrinha mais tardiamente deverá sofrer grandes prejuízos com a geada.

O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) ameniza os prejuízos dos produtores que tiveram perdas comprovadas por fenômenos naturais, mas o programa federal só cobre até o valor de R$ 150 mil reais por produtor individualmente.

Quem investiu acima desse valor no cultivo da lavoura, o que ocorre com vários produtores em Amambai e dos municípios da região, tem que arcar com o prejuízo excedente.

Prejuízos na Pecuária

Na pecuária a geada afeta fazendo secar a pastagem, perdendo qualidade nutricional para o rebanho e também, com capim seco, aumenta os riscos de queimadas.

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