Tomate e cebola pesam no bolso e fazem inflação voltar a subir em Campo Grande

Passagens aéreas e alimentação foram itens que mais contribuíram para resultado

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Tomate fez inflação subir em Campo Grande (Foto: Agência Brasil)

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro registrou 0,47% em Campo Grande e voltou a subir após meses de deflação, puxado principalmente pela elevação no tomate, cebola e batata-inglesa.

O maior índice do mês foi de Alimentação e bebidas, com aumento ficou em 1,18% na Capital. Os itens foram puxados pela alimentação no domicílio (1,47%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10).

Os destaques foram tomate (25,6%), cebola (16,18%) e batata-inglesa (15,14%) que contribuíram com 0,07 ponto percentual (p.p), 0,04 p.p e 0,03 p.p, respectivamente, no índice do mês.

Houve aumentos, ainda, nas frutas (3,71%) e na farinha de trigo (1,90%). Entretanto, o leite longa vida (-3,02%) barateou e, inclusive, já havia recuado 8,30% em setembro. O óleo de soja, com índice de -2,21%, atinge sua sexta queda consecutiva.

A variação da alimentação fora do domicílio (0,27%) ficou abaixo do mês anterior (0,46%). Enquanto o lanche teve queda de 0,02% em outubro, a refeição seguiu caminho inverso, subindo 0,33%.

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Restaurante em Campo Grande (Foto: Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Deflação

O índice do mês passado encerrou uma sequência de três meses em deflação: em julho, agosto e setembro, as variações haviam sido de -0,95%, -0,39% e -0,22%, respectivamente.

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 6,52%, indicando queda em relação aos 7,15% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. No Brasil, a variação mensal do IPCA para o mês corrente foi de 0,59%, após ter registrado -0,29% em setembro.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de setembro a 27 de outubro de 2022 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de agosto a 28 de setembro de 2022 (base).

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Campo Grande, sete tiveram alta de preços em outubro. A maior contribuição do mês, 0,26 ponto percentual (p.p.), veio de Alimentação e bebidas (1,18%), que havia recuado 0,05% em setembro.

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Serviços fazem parte da rotina das famílias. (Foto: Nathalia Alcântara)

Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (0,85%) e Transportes (0,28%), com impactos de 0,10 p.p. e 0,06 p.p., respectivamente.

Por outro lado, os grupos que tiveram queda em outubro na capital foram Comunicação (-1,10%), que contribuiu com -0,05 p.p. e Artigos de residência (-0,56%), com 0,02 p.p. Os demais ficaram entre o 0,05% em Educação e o 1,18% em Vestuário.

Transporte e habitação voltam a subir

Cortando um pouco o ritmo, o grupo Transportes teve aumento de 0,28%, o 1º aumento depois das quedas que começaram em julho, devido às políticas de isenção de impostos federais e estaduais.

A maior alta dentre os subitens se deu nas passagens aéreas (36,74%), impactando o índice em 0,08 p.p. No entanto, a maior influência para cima foi feita pelo subitem conserto de automóvel, que impactou o índice em 0,09 p.p., tendo subido 3,69% no mês.

A maior queda do grupo vem do subitem gasolina (-2,50%), que, devido ao seu peso dentro da cesta de produtos e serviços que o campo-grandense consome, teve impacto negativo no índice de -0,17p.p. Assim, o subitem registra o impacto negativo mais significante. A gasolina acumula queda de 22,3% nos últimos 12 meses, tendo acumulado – 27,21% em 2022.

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Ilustrativa (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

Cabe mencionar também a queda do óleo diesel (-2,19%). O subitem, no entanto, acumula aumento para o ano de 2022 (28,72%), tendo acumulado 37,08% nos últimos doze meses. O combustível em questão tem influência nos preços de diversos outros itens do IPCA devido a seu uso majoritário por parte dos transportes rodoviários.

Em Campo Grande, o grupo Habitação (0,21%) voltou a subir no mês de outubro, por conta do subitem cimento (2,35%).

As outras maiores altas vieram dos subitens sabão em barra (1,69%), material hidráulico (1,05%) e aluguel residencial (0,95%). Destaque para o aluguel residencial, pois é o segundo subitem com maior peso no grupo, com 3,17 p.p.

Os outros dois subitens com maior peso, energia elétrica residencial (0,00%) e gás de botijão (-0,15%), no mês de outubro, registraram estabilidade. As três maiores quedas vieram do item artigos de limpeza (0,03%), dentre eles detergente (-0,87%), amaciante (-0,83%) e alvejante (-0,73%).

Higiene pessoal puxou inflação da saúde e cuidados pessoais

No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,85%) em Campo Grande, as principais contribuições do mês vieram dos subitens perfume (5,38%), desodorante (2,53%) e artigos para maquiagem (2,30%). As maiores quedas ficaram com os subitens papel higiênico (-1,84%), hipotensor e hipocolesterolêmico (-1,72%) e oftalmológico (-1,64%).

O grupo Despesas pessoais teve variação mensal de 0,21% em outubro e de 6,68% na variação acumulada em 12 meses. Os subitens com maior alta foram serviço de higiene para animais (3,41%) e hospedagem (1,57%). Na contramão, as maiores quedas foram encontradas em pacote turístico (-2,75%) e brinquedo (-2,38%).

Educação e comunicação

O índice do grupo Educação teve variação mensal de 0,05% em outubro e de 8,10% na variação acumulada em 12 meses. Os aumentos vieram dos subitens artigos de papelaria (1,66%) e papelaria (1,49%). No lado das quedas, destacam-se os subitens atividades físicas (-0,26%) e cursos diversos (-0,08%).

O grupo Comunicação apresentou variação mensal de -1,10%. A maior variação negativa para esse grupo é encontrada no subitem plano de telefonia móvel, que apresentou variação de -2,69% em outubro.

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