Combustíveis e leite mais baratos: confira itens que fizeram Campo Grande ter deflação em setembro

Combustíveis e leite foram itens que tiveram maior impacto no IPCA

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Centro de Campo Grande (Foto: Ilustrativa/ Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro, em Campo Grande, ficou em –
0,22%, sendo este o terceiro mês seguido que o município apresenta deflação. O valor é 0,17 ponto percentual acima da taxa de -0,39%, registrada no mês anterior.

De acordo com o IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística), nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 7,15%, indicando queda em relação aos 8,73% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

No Brasil, a variação mensal do IPCA para o mês corrente foi de -0,29%, após ter registrado -0,36% em agosto. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 30 de agosto a 28 de setembro com os preços vigentes no período de 29 de julho a 29 de agosto de 2022 (base).

Habitação e alimentos

Em Campo Grande, o grupo Habitação (-0,25%) voltou a cair no mês de setembro. A maior alta veio do subitem mudança (2,81%). As outras maiores altas vieram de dois subitens contidos no item artigos de limpeza (1,97%): detergente (2,68%) e saco para lixo (2,57%).

As duas maiores quedas vieram do item aluguel e taxas (-1,42%), assim, aluguel residencial (-2,89%), condomínio (-1,78%) e cimento (-1,68%) foram os subitens que mais tiveram taxa negativa.

Em Alimentação e bebidas o índice ficou em -0,05% na Capital. Os itens que tiveram alta de preço foram a batata-inglesa (19,01%), a banana-d’água (15,47%), a cebola (9,71%) e a laranja-pera (8,11%). Por outro lado, os preços do leite longa vida caíram 8,32%. Apesar da queda, o produto ainda acumula alta de 39,03% nos últimos 12 meses.

Destaca-se também a redução nos preços do óleo de soja (-4,29%) e carnes (-1,41%). “O leite vinha subindo muito nos últimos 12 meses, especialmente em 2022, por conta do período de entressafra, a partir de março e abril, mas também por causa da guerra da Ucrânia, que aumentou muito o preço dos insumos agrícolas. Agora, com o final do período de entressafra e a volta das chuvas, aumentou a oferta do produto no mercado, o que gerou uma queda nos preços.”, afirma Kislanov.

A variação da alimentação fora domicílio (0,46%) ficou acima à do mês anterior (0,34%). Enquanto a refeição passou de 0,72% para -0,28%, o lanche passou de -0,35 para 1,62%.

Percentuais por produtos e serviços

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Campo Grande, cinco tiveram alta de preços e
quatro tiveram queda em setembro. Apesar de recuar menos do que no mês anterior (-3,99%), o grupo
dos Transportes (-1,32%) contribuiu novamente com o impacto negativo mais intenso sobre o IPCA do
mês: -0,28 ponto percentual.

Na sequência vieram Comunicação (-2,42%) e Despesas pessoais (0,97%), com -0,11 e 0,08 p.p., respectivamente. Os Transportes (-1,32%) registraram queda pelo terceiro mês consecutivo.

Assim como nos meses anteriores, o resultado é consequência da redução no preço dos combustíveis (-8,50%). A gasolina (-6,23%) contribuiu com o impacto negativo mais intenso no índice de setembro (-0,44 p.p.). Os outros dois combustíveis pesquisados também apresentaram queda: etanol (-10,63%) e óleo diesel (-1,27%).

“Os combustíveis e, principalmente, a gasolina têm um peso muito grande dentro do IPCA. Em julho, o efeito foi maior por conta da fixação da alíquota máxima de ICMS, mas, além disso, temos observado reduções no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras, o que tem contribuído para a continuidade da queda dos preços”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Ainda em Transportes, destaca-se a queda de 4,16% nas passagens aéreas, após a queda mais intensa no
mês anterior de 15,13%. Além disso, também houve queda do transporte por aplicativo (-1,75%), que havia subido 10,09% em agosto.

Saúde e comunicações

No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,63%) em Campo Grande, as principais contribuições do mês vieram dos subitens óculos de grau (2,27%), antialérgico e broncodilatador (2,10%) e do papel higiênico (2,09%). As maiores quedas ficaram com os subitens artigos de maquiagem (-2,43%), produtos para pele (-2,01%) e fralda descartável (-1,19%).

A alta do grupo Despesas pessoais (0,97%) foi puxada pelos subitens ligados aos serviços pessoais, como depilação (2,87%) e manicure (2,39%). Os subitens que obtiveram maior queda foram pacote turístico (-1,85%), cinema, teatro e concertos (-0,88%) e alimento para animais (-0,52%).

A variação positiva de Artigos de residência (0,35%) em Campo Grande está relacionada à alta do
item refrigerador (3,54%), utensílios de vidro e louça (2,53%) e móvel para quarto (1,99%).

A alta em setembro no grupo Educação (0,03%) foi observada após o resultado positivo em agosto (1%).

Esse resultado é fruto direto do subitem artigos de papelaria (1,68%). No lado das quedas, apresentaram
as maiores variações negativas para o grupo em setembro os subitens atividades físicas (-0,74%) e cursos
diversos (-0,22%).

O grupo Comunicação apresentou variação mensal de -2,42% em Campo Grande. Na Capital sul-mato-grossense, observa-se a continuação da variação negativa já apresentada no mês anterior (-0,68%). O maior impacto para esse grupo é resultante da queda do subitem acesso à internet, que apresentou variação de -10,95% em setembro.

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