O aumento de 10,89% no dos medicamentos autorizado nesta sexta-feira (1º) pelo governo federal já afeta as farmácias em Campo Grande. Em uma espécie de ‘período de transição', os valores são variados e o aumento já foi aplicado em alguns estabelecimentos; outros seguem com preços antigos.

A resolução que torna oficial o foi assinada por Romilson de Almeida Volotão, secretário-executivo da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos). Na publicação, o argumento utilizado para justificar os 10,89% de reajuste é a inflação de março, que acumulou um percentual de 10,54% de acordo com o IBGE, somada ao “Fator de Ajuste de Preços Relativos entre Setores”, definido pelo em 0,35%.

O reajuste no valor já havia sido antecipado pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) causando preocupação entre consumidores, principalmente pacientes que utilizam medicação continua e não podem fugir dos altos preços.

Vania Lucia Ocampos Leite, de 60 anos, é proprietária de uma pequena farmácia localizada no bairro Maria Aparecida Pedrossian e comenta já ter alterado o valor de alguns medicamentos ainda na sexta-feira (1º). Remédios comumente comprados como dipirona e dorflex tiveram o reajuste, de R$ 0,50 e R$ 0,25, respectivamente.

O buscopan, outro medicamento com alta procura, teve um aumento mais significativo e saiu de R$ 17,00 para R$ 27,00. O losartan, utilizado para tratamento hipertensão e de uso contínuo, saiu de R$ 8,90 para R$ 10,00.

medicamentos
Medicamentos em farmácia de . (Foto: Stephanie Dias/Midiamax)

Em outra farmácia visitada pela reportagem, onde o proprietário preferiu não se identificar, os aumentos ainda não ocorreram. Segundo o proprietário, ainda são esperados os novos valores estabelecidos pelo PMC (Preço Máximo ao Consumidor) e o reajuste deve ocorrer entre esta semana e a próxima. No estabelecimento o dorflex custa R$ 6,76, o uzonide saiu de R$ 22,00 para R$ 27,00, o buscopan custa R$ 21,26 e o losartan é comercializado por R$ 10,00.

Aumento nacional de medicamentos

Segundo o Sindusfarma, o reajuste não é automático e nem imediato, já que a concorrência entre as empresas é que irá regular os preços. O presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, explica que o consumidor deve pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos.

Vale lembrar que no acumulado dos anos pandêmicos de 2021 e 2020, os medicamentos subiram em média 3,75%, enquanto a inflação geral no Brasil saltou para 15,03%, gerando uma diferença para menos de 11 pontos percentuais.

No mesmo biênio, os alimentos subiram 23,15% e os transportes 22,28%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase 6 vezes mais do que os medicamentos.