Com feijão caro, consumidor adota alternativas que antes eram ‘de luxo’

Acompanhamento do arroz subiu 149% em um ano

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Acompanhamento do arroz subiu 149% em um ano

 

Está cada vez mais caro montar a famosa dupla ‘arroz e feijão’ no prato dos campo-grandenses. O feijão subiu 149% em um ano, com preços chegando até R$ 15 nas prateleiras dos supermercados. E as alternativas? Feijão preto, lentilha, grão-de-bico e ervilha, que há pouco tempo eram produtos considerados caros, agora começam a aparecer nas mesas.

“O feijão está tão caro, que a gente já está escolhendo, ou o arroz, ou o feijão”, reclama a copeira Lucélia Santos Amorim, de 35 anos.

O vilão da cesta básica fechou junho, segundo o Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Universidade Anhanguera Uniderp, negociado a uma média de R$ 11,92 na Capital, sendo que em mesmo período do ano passado era vendido a uma média de R$ 4,78. O núcleo levantou o preço de quatro marcas do tipo 1, Paquito, Camil, Sakura e Trindade. O quilo do feijão carioca do tipo 2, da marca Ciconini, chegou a R$ 11,99.

E a explicação para a alavancada nos preços? Os problemas climáticos, a escassez de crédito de custeio, frustração de safras e instabilidade do mercado, principalmente no período de colheita. Em Mato Grosso do Sul, a cultura do feijão 2ª safra é pouco expressiva no Estado, com aproximadamente 14 mil hectares de área cultivada para esta safra, uma redução na área de 12,5% em relação à safra passada, segundo a Conab (Companha Nacional de Abastecimento). A produção encontra-se concentrada principalmente nos municípios de Caarapó, Sidrolândia, Bonito e Maracaju. 

Quando há algum problema na safra, consequentemente há aumento do preço do produto, uma vez que o hábito do brasileiro de consumir prioritariamente feijão-carioca deixa o país e os produtores muito dependentes, segundo o presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses ), Marcelo Lüder.

Luiz Alberto

 

Na tentativa de economizar, algumas pessoas estão optando por feijões de marcas mais baratas ou de outros tipos, como feijão preto.

O feijão preto Paquito foi comercializado em junho a R$ 6,99, uma opção mais em conta para os campo-grandenses. “A gente tenta diminuir um pouco o consumo do carioca, mas o feijão é a base do prato do brasileiro. Sem ele, não dá. Lá em casa temos até tentado usar o feijão preto, mas é complicado porque é um hábito que não temos”, diz a cabeleireira Maria Eliza de Souza, 61.

Luiz Alberto

 

Lentilha, ervilha e grão de bico são boas alternativas para não abrir mão dos nutrientes do tradicional feijão-carioca. “Esses dias encontrei a lentilha na promoção, aproveitei para comprar. Nós colocamos calabresa, e ficou uma delícia. Não ficou atrás do feijão não”, afirma a dona de casa Edilza da Silva, 38.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax encontrou o quilo da lentilha a R$ 10,99, do grão-de-bico a R$ 11,99. O quilo da ervilha é comercializado a R$ 7,79 em um supermercado da região do Tiradentes. Já, a lata de 200g fechou a uma média de R$ 1,84 em junho, segundo o Nepes.

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