Comerciantes da região do Mercadão e consumidores são contra fechamento da 7 de Setembro
Rua 7 de Setembro será fechada no trecho que liga o Mercadão Municipal e a Praça dos Índios
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Rua 7 de Setembro será fechada no trecho que liga o Mercadão Municipal e a Praça dos Índios
O Mercado Municipal Antônio Valente e a Praça Comendador Oshiro Takemori, mais conhecida como Praça dos Índios, são dois pontos turísticos muito visitados, não só por quem é de fora da cidade, mas também pelos campo-grandenses. Apesar da grande procura pelas peculiaridades oferecidas na região, muitos comerciantes estão preocupados em perder a freguesia depois que a Rua 7 de Setembro for fechada.
Conforme o projeto, a via será trancada no trecho que liga o Mercadão Municipal e a Praça Indígena. No local será construído um complexo com praça de alimentação. O intuito é integrar os dois pontos turísticos, no entanto, com o fechamento da Rua Sete de Setembro os condutores que seguem pela 15 de Novembro, não terão mais acesso à via.
Para a maioria dos lojistas, o projeto representa ameaça às vendas. Rubens de Garcia da Silva, de 67 anos, herdeiro da loja que oferece diferentes modelos de roupas, sapatos e acessórios, novos e usados, teme perder a clientela da loja onde cresceu e criou a filha.
“Temos a loja há 60 anos. Sei que o fechamento da rua vai atrapalhar. Os comércios aqui dependem muito da facilidade da locomoção cós ônibus e carros. Ninguém vai querer dar uma volta para chegar à loja. Estou aqui faz muito tempo e fico chateado com isso. A gente gosta de trabalhar e de ter o convívio com o público, mas se isso diminuir talvez tenha até que demitir algum dos funcionários”, lamentou.
O comerciante Paulo Cézar, de 44 anos, tem uma loja de artigos para montaria, há 25 anos. Para ele também não concorda com o fechamento da rua. “Vai atrapalhar porque os clientes não vão dar a volta para vir na minha loja. Vai ficar muito mais difícil”, ressaltou.
Por outro lado, o gerente de uma loja de especiarias, Joel Vilquer, de 40 anos, disse que as alterações podem beneficiar a todos da região. “Acho que o fechamento da rua não vai atrapalhar. O projeto é de melhorias. A revitalização vai ampliar a área em um âmbito geral. O fato de fechar a via não vai impedir quem realmente quer comprar. A pessoa não vai mudar de ideia por ter que desviar um pouco o caminho”, declarou.
A terena Vanda de Albuquerque, de 48 anos, trabalha na Praça dos Índios há 25 anos. Ela relatou que cerca de 80 famílias indígenas dependem das vendas no local para manter a família, no entanto, reforçou que a área necessita de mudanças. “É complicado do jeito que está porque somos confundidos com os usuários de drogas que ficam aqui. Os turistas estão deixando de comprar com a gente por medo deles. Com a reforma vai ficar muito melhor.”, assegurou.
Opinião dos consumidores – Alguns consumidores também se sentiram prejudicados com a mudança. O técnico em áudio, Edilson Bezerra da Silva, de 53 anos, não gostou da ideia apresentada no projeto. “Vai ficar mais difícil por conta do deslocamento que teremos de fazer. A gente que vem para comprar, quer comodidade, como deixar o carro mais perto possível do estabelecimento comercial”, destacou.
A enfermeira Alva Stela Soares, de 52 anos, também não apoia a mudança. “Não concordo porque vai dificultar o nosso ir e vir”, explicou. O projeto também desagradou a turista Rosélia Loch, de 43 anos, que veio de Santa Catarina. “Sou de fora, mas acho que vai ficar mais difícil. É complicado ter de deixar o carro longe para chegar até aqui”, afirmou.
Reunião – No último sábado (17), o prefeito Gilmar Olarte (PP) se reuniu com representante da Associação de Comerciantes do Mercadão para discutir o assunto. Na ocasião, ele defendeu o projeto de reforma do Mercado Municipal.
“A primeira medida, que creio ser pertinente e venho acordar com a associação, é para desde já utilizar o trecho da rua 7 de Setembro, como é previsto, e alterar o acesso principal, que hoje é feito pela rua 15 de Novembro, que tem um estresse no trânsito e atrapalha quem passa e quem frequenta o centro comercial. Abrindo um portão pela rua Anhanduí, para entrada, e saindo pela 7 setembro, já melhoramos esta questão e vamos adaptando o costume para as novas práticas que virão com o fechamento total da 7″, enfatizou.
Durante a reunião, o prefeito mencionou que as alterações podem começar ainda nesta semana, mas informou que o projeto será concluído por etapas.
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