Consumidor de MS paga caro por carne de pior qualidade, as melhores são para exportação
Só no ano de 2010 foram abatidas no estado mais de três milhões de cabeças e mesmo assim o consumidor paga caro por uma carne de pior qualidade
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Só no ano de 2010 foram abatidas no estado mais de três milhões de cabeças e mesmo assim o consumidor paga caro por uma carne de pior qualidade
Mato Grosso do Sul possui um dos quatro maiores rebanho bovino do Brasil, totalmente destinado ao corte. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, só no ano de 2010 foram abatidas no estado mais de três milhões de cabeças e mesmo assim o consumidor paga caro por uma carne de pior qualidade.
No mercado interno de Mato Grosso do Sul, mais de 90% da carne que é vendida nos açougues vem de fêmeas, devido ao alto rendimento comercial da carne do macho.
Segundo o especialista em qualidade da carne, Gelson Feijó, o consumidor não vê a diferença, mas a carne do macho é mais atrativa visualmente então ela é encaminhada aos melhores mercados, que são churrascarias, restaurantes e, principalmente ao mercado exterior.
Para o representante de uma rede de frigoríficos do Brasil, as vacas que chegam geralmente são o descarte do produtor. “A função da vaca na fazenda é dar leite e reproduzir, então quando ele resolve vender é porque ela está velha” afirma ele.
Apesar da arroba da vaca ser mais barata, da qualidade da carne ser inferior, o consumidor continua reclamando dos altos preços. “Eu achava que era por causa da seca, mas depois choveu e o preço continua alto, e isso porque somos um estado produtor” comenta a consumidora Damaris Nascimento.
A explicação para o elevado preço da carne vem da técnica da Famasul (Federação dos Agricultores de Mato Grosso do Sul, Adriana Mascarenhas, que conta que hoje o mercado paga por um erro cometido nos anos de 2008 e 2009, quando a seca prejudicou a engorda dos rebanhos. Como os produtores precisavam de dinheiro, selecionaram para a venda as fêmeas do rebanho, que criam gordura mais rápido que o macho.
Esse alto comércio das matrizes tem consequência até hoje, já que os produtores precisavam fazer a reposição de seu rebanho e tiveram que pagar um preço elevado por isso. Pouca oferta, muita procura, sobe a arroba e consequentemente sobe o preço nos açougues.
Além disso, os frigoríficos compram em estoque. “Se a arroba cai hoje, esse preço só reflete no açougue na semana que vem, porque nós pagamos o preço atual e vendemos com base nele”, disse um representante do ramo.
(Matéria editada às 17h45, do dia 13/07/11, para supressão do nome de fonte)
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