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Cotidiano

Trabalhador envelhece, mas vagas para quem tem 50 anos ou mais encolhem em MS

Do total de trabalhadores empregados com carteira assinada em MS, 8,9% tem 50 anos ou mais de idade
Liana Feitosa -
Vanda, de 59 anos, mudou de vida após conquistar primeiro emprego com carteira assinada (Foto: Grupo Pereira, divulgação).

Com 60% da população ocupada no mercado de trabalho, celebra o Dia do Trabalhador, nesta quinta-feira (1º), com saldo positivo de 12 mil vagas de trabalho no mês de março, entre contratações e desligamentos, segundo dados do (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados ontem (30).

Nesse contexto, análise do Observatório do Trabalho da Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), aponta que desse total, 8,9% (3,8 mil) têm 50 anos ou mais. O mês de março ainda traz outro marco: desligamento de 245 pessoas acima de 60 anos, o que gerou saldo negativo de 1,95% entre admissões e desligamentos nesse grupo etário.

Há poucos idosos no mercado de trabalho sul-mato-grossense. E a quantidade de pessoas com mais de 50 também sugere enxugamento de contratos nesse grupo. A situação abre caminho para diversos olhares sobre etarismo no mercado de trabalho por meio de uma matemática complexa que parece excluir justamente quem tem mais experiência laboral.

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No entanto, o Brasil está envelhecendo, inclusive Mato Grosso do Sul. Conforme o Censo 2022, em 2070, o percentual da população de MS com 65 anos ou mais de idade deve chegar a 27,3% (846 mil idosos), conforme projeção do . Em 2024, essa proporção era bem menor, de 9,8% (284 mil) idosos.

Considerando o Caged mais recente, enquanto trabalhadores de 18 a 24 anos somam a maioria da força de trabalho, com 37,52% do total de contratações do mês passado, a mão de obra acima dos 50 anos encolhe. Sintomático?

Etarismo, o preconceito contra idade

Pesquisa realizada em 2022 com quase 200 empresas no Brasil revelou que, muitas vezes, o problema nem sempre vem das empresas, mas de um autoetarismo – conforme explica o fundador da agência Maturi, Mórris Litvak, uma das instituições responsáveis pela pesquisa e que atua em consultoria focada na contratação de pessoas 50+.

Segundo Mórris, a dificuldade de inserção no mercado de trabalho pode partir da própria pessoa, que se considera velha para procurar emprego. “Existe muito o que a gente chama de autoetarismo, que é a pessoa com preconceito até com a própria idade, por se achar velha e achar que aprender a fazer algo é coisa de jovem”, afirmou em entrevista à TV Brasil na época.

Ilustrativa – Idoso em (Henrique Arakaki, Midiamax).

“O autopreconceito também é um erro porque hoje, vive-se muito [e a pessoa] não pode se limitar. Pelo contrário, juntar as experiências pode ser um grande diferencial”, completou.

Segundo o consultor, o perfil do profissional com mais de 50 anos é vantajoso para as empresas, já que são pessoas maduras e com foco no trabalho, além da experiência de vida. 

“Normalmente, pessoas com esta idade já têm filhos criados, têm sua casa e estão trabalhando por propósito e valorizam muito a oportunidade que têm. É uma grande vantagem e acaba sendo um exemplo para os mais jovens”, destacou.

Oportunidade e recomeço

Foi o que aconteceu com Vanderlete Nabhan Costa, conhecida como Vanda, de 59 anos, que viu sua vida mudar após conquistar um emprego em uma grande rede de supermercados de Campo Grande. Por anos ela dependeu financeiramente do marido, mas, quando o casamento dela acabou, ficou sem renda e sem expectativa de conseguir um emprego.

“Eu achava que não tinha emprego pra minha idade”, conta.

Mas foi diante desse desafio que ela conquistou o primeiro emprego com carteira assinada da vida, e há quase quatro anos trabalha como técnica em carnes nessa empresa.

“Com o emprego consegui colocar as minhas contas em dia e viajar. Abriu mais a minha mente”, compartilha, muito feliz. “Com apenas um ano de empresa, consegui realizar meu sonho de viajar. Fui a João Pessoa com o dinheiro do meu próprio trabalho. Foi libertador”, afirma.

O mesmo aconteceu com a trabalhadora Carmen Trelha, que por 30 anos trabalhou em farmácia de manipulação, como técnica de farmácia, até se aposentar. No entanto, preferiu buscar uma nova oportunidade e agora atua na padaria do supermercado.

“Eu trabalhava na área de pesagem e manipulação de fórmulas. Aí me aposentei e fiquei em casa um ano, mas não deu o ‘Ibope’ para mim ficar em casa”, finaliza. Para não dar espaço para a tristeza, preferiu voltar ao mercado de trabalho.

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