O clima em Campo Grande é sempre marcado por muita instabilidade: frio à noite e de manhã, com um calor de torrar no resto do dia. Especialistas explicam que a amplitude térmica pode ser prejudicial à saúde e que até aquele ‘chazinho da vovó’ pode ajudar no tratamento de gripes e resfriados mais leves.
O problema das mudanças bruscas de temperatura é que isso dificulta que o corpo chegue ao equilíbrio necessário para uma boa saúde. “Se está quente, precisa suar para manter a temperatura. Se está frio, precisa tremer para manter a temperatura. Se as temperaturas são extremas em pouco espaço de tempo, o corpo sofre mais, principalmente idosos e crianças”, explica o otorrinolaringologista Alexandre Cury.
Já o pneumologista Ronaldo Queiroz diz que, nessa época do ano, as condições climáticas são desfavoráveis para problemas respiratórios. “É um combo bastante complicado: ar frio, intercalando com calor e ar seco. Essa instabilidade atinge nossas vias aéreas, principalmente a mucosa nasal fica muito ressecada, e se criam pequenas fissuras por onde penetram vírus e bactérias que podem provocar doenças”.
Imunidade baixa?
A mucosa ressecada facilita a entrada de doenças, o que dá a sensação de que a imunidade, ou seja, as defesas do corpo, estão mais baixas. “Esses choques térmicos podem diminuir as nossas defesas nas vias aéreas superiores por meio do ressecamento, apresentando pequenas rachadurazinhas, que às vezes podem até sangrar. Isso não é bom para a saúde, mas é muito difícil evitá-lo no dia a dia”, afirma o médico Ronaldo Queiroz.
Alexandre Cury destaca que é necessário tomar cuidados para proteger o organismo, principalmente nesse período. “No frio, nós temos mais infecções porque ficamos mal vestidos ou em ambientes fechados. Não é a imunidade em si que fica baixa, é porque a gente fica em lugares que facilitam a circulação de vírus”. Além disso, a instabilidade fragiliza ainda mais o corpo, o que pode causar uma sensação de mal-estar ao longo dos dias.
Chazinho resolve?
Os especialistas sugerem soluções simples para neutralizar esses choques térmicos. “A palavra é equilíbrio. Precisa estar bem nutrido, ter dormido bem, vestir roupas corretas para a condição do clima, além de estar em dia com a caderneta de vacinação”, afirma o otorrinolaringologista Alexandre Cury. A vacinação não impede a transmissão da doença, mas evita complicações, principalmente aos mais vulneráveis, como crianças e idosos.
“Mesmo no frio, é importante tomar muita água e colocar soro fisiológico nas narinas várias vezes ao dia. Outra medida importante é evitar ambientes com grandes aglomerações de pessoas, o ar livre é melhor. Ambientes fechados, com ar-condicionado, facilitam a circulação dos vírus”, afirma o pneumologista Ronaldo Queiroz.
O otorrinolaringologista explica que soluções caseiras não têm embasamento científico, mas até podem ajudar. “Se eu estou tomando um chá, por exemplo, isso está me aquecendo e pode ser importante para manter o equilíbrio do corpo, mas a maior prevenção é vacinar e ter uma boa alimentação”, destaca Alexandre Cury. O pneumologista concorda. “Chazinho da vovó, muito líquido e dipirona se tiver dor e febre baixa são suficientes porque mais de 90% dos casos têm evolução simples entre 5 a 7 dias”, diz Ronaldo Queiroz.
Quando ir à UPA?
A SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) é rara e caracterizada por quadros mais complicados, que precisam de internação. Segundo o médico Ronaldo Queiroz, gripes e resfriados estão sendo provocados principalmente por vírus comuns, com quadros mais leves e não há motivo para pânico.
“Se você tiver 4 ou 5 dias de estado gripal (tosse, coriza, mal-estar e febre baixa) trate em casa. Se evoluir para um catarro purulento, esverdeado, se tiver febre e, principalmente, desconforto respiratório, aí, sim, é necessário procurar uma unidade de urgência e emergência. Porque as pessoas estão procurando as UPAs e pronto atendimentos por qualquer tossezinha, sem sinal de gravidade. Isso atrapalha o tratamento de outras pessoas, que precisam mais”, explica o médico.
Secretária municipal de Saúde de Campo Grande, Rosana Leite, afirma que Campo Grande apresenta uma desaceleração nos casos de síndromes respiratórias, como gripe, bronquite e asma. “Estamos ainda sob vigência do decreto emergencial. Apesar do frio, que naturalmente aumenta os casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), o número de ocorrências tem se mantido relativamente estável”, afirma.
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