Desde a metade do ano passado, redutores de velocidade foram retirados da rodovia federal 163, em Mato Grosso do Sul. Desde então, sem os equipamentos, capítulos violentos de mortes trágicas foram registrados nas páginas dos jornais.
O mais recente ocorreu na segunda-feira (3), quando uma criança morreu atropelada enquanto atravessava a BR-163, em Rio Verde de MT, com a família. Moradores protestaram, pois no local há faixa de pedestres e o radares foram retirados.
Em novembro de 2024, uma jovem de 20 anos morreu atropelada por uma Trailblazer, na BR-163, em Bandeirantes. Ela tentava atravessar a rodovia quando foi atingida pelo veículo, que a arrastou por 30 metros. Na época, moradores também protestaram sobre a falta de radar no local.
Radares foram retirados de pontos cruciais da ‘rodovia da morte’, como áreas urbanas de cidades como Campo Grande, Anhanduí, Jaraguari, Bandeirantes, São Gabriel do Oeste e outras. Em junho de 2024, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) disse que os radares pertenciam a um antigo contrato do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), já encerrado.
Questionados sobre a situação em janeiro de 2025, a ANTT disse que o processo para celebração de Termo Aditivo ainda está em curso e não há prazo para a reinstalação dos radares. E mesmo após a conclusão das áreas técnicas envolvidas na criação do documento, ainda é necessário que a concessionária aceite os termos propostos e prossiga para a assinatura.
Por sua vez, a CCR MSVia, concessionária do trecho, afirma que o contrato de concessão prevê a operação de 13 equipamentos, que estão em funcionamento. “Outros radares instalados anteriormente e não previstos originalmente no contrato foram desativados para atualização tecnológica, e a Concessionária está em processo junto à ANTT para a substituição por modelos que atendam às normas atuais mediante inclusão por meio de aditivo contratual”.
Acidentes em rodovias de MS
Dados abertos do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) apontam para 1.625 acidentes em rodovias federais de Mato Grosso do Sul em 2024, que envolveram 3.274 veículos e levaram 163 pessoas à morte. A maioria, 785 acidentes, aconteceu na BR-163, onde 63 pessoas morreram.
Chamam atenção os dados de atropelamento em rodovias federais de Mato Grosso do Sul. Em 2024, foram 57 atropelamentos que envolveram 134 veículos e deixaram 13 mortos, também com maioria na BR-163.
Morte de criança na BR-163
Aos 8 anos, Pietro Benjamin morreu atropelado por um motociclista na BR-163, em Rio Verde de Mato Grosso, a 194 quilômetros de Campo Grande. O acidente aconteceu na segunda-feira (03), quando ele tentava atravessar a rodovia com a mãe e um irmão.
Informações locais são de que o menino teria soltado a mão da mãe e corrido, quando foi atropelado. A mãe de Pietro ficou em estado de choque e teve de ser sedada para ser socorrida após o acidente.
Pietro foi socorrido em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos e morreu antes de ser transferido para Campo Grande. Horas após o acidente, familiares e moradores foram até o local para protestar contra a falta de radares no trecho, localizado na área urbana de Rio Verde.
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