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Cotidiano

‘Roubava e sempre batia em mulheres’: colegas de profissão repudiam músico após morte de jornalista em MS

Colegas de profissão relatam que Caio Nascimento tem 'uma musicalidade imensa' e 'nenhum caráter'
Graziela Rezende -
Caio está preso desde o dia do feminicídio que vitimou Vanessa no bairro São Francisco. (Reprodução, Redes Sociais)

No meio musical, quando o nome do Caio Nascimento aparecia nas rodas de conversa, os colegas costumavam se referir a ele como “junkie”. O termo é usado ao falar sobre uma pessoa viciada em drogas. Assim, mesmo com uma musicalidade imensa, ainda conforme outros colegas de profissão, ninguém mais queria lhe dar oportunidades por conta do imenso histórico de violência. Na noite dessa quarta-feira (12), a notícia triste e imperdoável foi dada: Vanessa Ricarte, de 42 anos, sua ex-companheira, foi assassinada a facadas por ele.

“Ele é um cara que a gente já esperava isso acontecer, de uma forma ou de outra. Não é a primeira vez que isso acontece, envolvendo mulheres. Se eu não me engano é a quinta mulher que ele agredia. Só da mãe da filha dele tinha três medidas protetivas e agrediu outras namoradas anteriormente. Também tinha sido preso por roubar celular e aí ele sempre voltava, pedia desculpas. E chegou um ponto que ninguém mais estava dando moral pra ele”, relembrou o músico de 34 anos, que tocou por inúmeras vezes com Caio.

Recemente, o músico disse que encontrou Caio no “Som de Quarta”, mas, trocaram poucas palavras. “Ninguém estava falando com ele. E depois o vi tocando em um supermercado. Ele toca muito, um dos melhores que já vi tocar como pianista. Uma musicalidade imensa, mas, como ser humano, não prestava. Eu fui para um canto e comecei a chorar, porque eu pensava como uma pessoa podia ter tanta musicalidade e ser tão vagabundo. Ele se fingia, voltava, falava que estava na igreja e passava um pouco ele se drogava, roubava, batia em mulheres. Sempre mulher”, relembrou.

Na noite anterior, enquanto tocava na noite, o músico recebeu a notícia da morte da Vanessa. “Fiquei atordoado na hora, é a vida de uma pessoa que se foi. E espero que, desta vez, não fique impune. Das outras vezes ele não foi preso, sempre dava um jeito”, comentou.

Ainda de acordo com o músico, ele e Caio tocaram em diversos casamentos e bares da cidade que nem existem mais, como o 21 Music Bar. “Como eu falei anteriormente, era um ótimo músico, mas, péssimo como pessoa. Outro amigo nosso, também músico, é quem o buscava na , quando invernava na droga. Ele levava pra casa, dava banho, trocava roupa, cuidava dele e, passava um tempo, ele voltava de novo”, disse.

‘Nem sarau ele conseguia mais tocar, ninguém dava moral’, contou músico

De acordo com o músico, no meio musical de , Caio quase não tinha mais oportunidades de trabalho. “Nem sarau ele conseguia mais tocar. O único lugar que eu soube era um bar no bairro Tiradentes, porque nos outros lugares que ia ninguém dava mais moral, já sabiam o que ele tinha feito, fora as pessoas que ele sacaneou. A última pessoa que ajudou ele foi um produtor musical, colocou o Caio dentro do estúdio, mas, disse que, na primeira pilantragem, ele iria embora, e assim foi. E aí, em seguida, ele conheceu essa menina [Vanessa]”, comentou.

Outro músico, que mora em e, esporadicamente, vem em Campo Grande, também disse que já tocou ao lado do Caio. “Eu o conhecia, mas, nunca fui amigo. A gente se trombava de vez em quando, principalmente quando ele estava tocando em algum lugar que meus amigos estavam presentes. E nisso eu toquei uma vez com ele. Uma única vez. E estou muito chocado com essa história, muito chocado mesmo”, comentou.

Um terceiro profissional do ramo, que tocou junto com Caio nos anos de 2022 e 2023, ressaltou que trocou “poucas palavras” com ele e que jamais imaginava esta tragédia.

“Quando toquei com ele, se dizia curado e que apenas Deus era capaz de mantê-lo naquela condição, motivo pelo qual estava na igreja, a mesma que eu frequento. Depois disso nunca mais tive contato”, comentou.

A atriz e produtora cultural, Angela Montealvão, também comentou sobre o assunto. Segundo ela, também existe machismo no meio cultural. “…quem acolhe agressores de mulheres…é também coautor disso tudo…Fica aqui, claro, o meu sentimento de dor, de perda, porque não é só mais uma de nós…”, disse. Veja o vídeo na íntegra:

Confira a cobertura do Jornal Midiamax:

Noivo que matou jornalista tinha 11 registros de violência doméstica e ex foi parar em hospital

Brilhante e independente: amigos repudiam feminicídio de jornalista em Campo Grande

Antes de matar jornalista a facadas, noivo divulgou fotos e a ameaçou em Campo Grande

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Servidora pública, jornalista esfaqueada pelo noivo morre na Santa Casa

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