Pular para o conteúdo
Cotidiano

Paulo Duarte defende hidrovia, pede ajuda e ministro rebate ‘crime contra o Pantanal’

Mato Grosso do Sul caminha para ter a primeira hidrovia entregue para a iniciativa privada do país
Priscilla Peres, Lethycia Anjos -
João Paulo Capobianco e Paulo Duarte (Foto: Nathália Alcântara/ Jornal Midiamax)

Durante o lançamento do Pacto Clima do Governo do Estado, o deputado Estadual Paulo Duarte defendeu a implementação da hidrovia Paraná-. Em nome da Assembleia Legislativa, ele pediu que o representante do Ministério do Meio Ambiente ‘olhasse com carinho’ para o projeto.

Duarte falou em necessidade de preservação com desenvolvimento e criticou quem se opõem ao projeto devido à previsão de dragagens e derrocagens no leito do rio Paraguai. “A hidrovia fará intervenções em pontos críticos. Isso é uma questão de caráter ambiental, eu peço ao senhor para abrir os olhos de alguns que estão arraigados a conceitos do século passado”, disse.

Porém, não contava que ao final de sua fala sobre o evento, o representante do Ministério do Meio Ambiente, secretário-executivo João Paulo Ribeiro Capobianco, fosse dar sua opinião como biólogo e ambientalista, sobre o assunto.

Hidrovia pode ‘condenar Pantanal’

Capobianco explicou ao deputado que não pode dar informações sobre a hidrovia por que é responsabilidade do Ibama, com amparo técnico, analisar o projeto em andamento. Destacou que o Pantanal pode estar chegando ao ponto de não retorno, devido às mudanças climáticas e isso exige muito empenho em preservação ambiental.

“Hoje, qualquer hectare preservado no Pantanal é vital”, disse o secretário-executivo de Meio Ambiente. E completou dizendo que caso as propostas que circulam hoje e preveem derrocamento e aprofundamento de calha do rio Paraguai, podem condenar o Pantanal a uma tragédia.

O ministro ainda chamou o deputado Paulo Duarte à responsabilidade e pediu ajuda. “Está nas suas mãos também garantir que esse crime não seja cometido contra o Pantanal. Porque vai ser um desastre e esse esforço todo não vai resultar em nada, porque vamos perder o regime hídrico, que é vital para o Pantanal”, disse ele como ambientalista.

Hidrovia Paraguai-Paraná foi assunto de artigo de revista americana (Foto: Canal Aberto)

Concessão da hidrovia do Rio Paraguai

São 590 km de Rio Paraguai que podem ficar sob concessão por 15 anos, prorrogáveis. Para viabilizar a navegação, estudo da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) aponta que são necessários investimentos de R$ 63,7 milhões nos cinco primeiros anos.

O contrato prevê tarifa zero nos dois primeiros anos. O pedágio começa a ser cobrado no terceiro ano da privatização, com tarifa baixa, entre R$ 0,10 a R$ 0,89 nos anos 3 a 5 e entre R$ 0,14 e R$ 1,27 entre 6 e 15 anos da concessão. Embarcações mistas, que transportam passageiros e cargas, ficam isentas.

A dragagem do rio é essencial para garantir a navegação e viabilidade econômica. E é justamente esse o ponto polêmico. Ambientalistas rejeitam a ideia de dragar o Rio Paraguai, que nunca passou pelo processo no Tramo Sul. A viabilidade econômica também depende de derrocagem, que é a retirada de obstáculos para a navegação, outro ponto polêmico.

Dragagem polêmica

Estudo de viabilidade da concessão da hidrovia coloca as manutenções (dragagens e derrocagens) como fundamentais para a navegação comercial. Mas muito se questiona sobre os impactos ambientais das obras, principalmente em uma época em que o clima extremo gera cenários inéditos no Pantanal.

O projeto de concessão estipula profundidade mínima de 2 metros e de 3 metros para navegação. E as ações de dragagem, derrocamento e suas consequências ambientais são as mais polêmicas do projeto.

A Antaq destaca que atualmente a legislação brasileira não prevê a necessidade de licença ambiental para transporte de cargas pela hidrovia. Logo, empresas privadas podem explorar o rio sem o respaldo ambiental, o que vai mudar com a concessão.

Para as autoridades, o projeto “proporciona segurança ambiental, com condições de monitoramento rigoroso” de toda a hidrovia. Vale lembrar, que nunca ocorreu dragagem no Rio Paraguai em Mato Grosso do Sul e não existem licenças ou autorizações ambientais emitidas para dragagem ou derrocamento no trecho.

✅ Siga o @midiamax no Instagram

Fique por dentro de tudo que acontece em Mato Grosso do Sul, no Brasil e no mundo! No perfil do @midiamax você encontra notícias quentinhas, vídeos informativos, coberturas em tempo real e muito mais! 📰

🎁 E não para por aí! Temos sorteios, promoções e até bastidores exclusivos para você!

🔔 Clique aqui para seguir e não perder nada! 🚀

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
inss

Auditoria do INSS aponta 1,9 milhão de pedidos para excluir desconto

Homem é preso após tentar fugir da polícia no Centro de Três Lagoas

Jovem é preso por ameaçar, perseguir e manter ex-mulher sob cárcere privado

Pela segunda vez final única da Copa Libertadores será em Lima

Notícias mais lidas agora

Por dez dias, MPMS escapa de processo no Conselhão por inércia no caso JBS

especialista ar-condicionado

Especialista critica falta de ar-condicionado em ônibus do Consórcio em depoimento na CPI

voluntario linchado por alimentar gatos de rua

Voluntário é hostilizado por alimentar animais de rua: ‘melhor remédio é veneno’

Motorista abandona caminhonete roubada com 1,2 tonelada de maconha

Últimas Notícias

Cotidiano

Defensoria Pública MS anuncia investimento em tecnologia com IA

Visando tornar os processos internos mais eficientes

Brasil

Bolsonaro indica Tarcísio e mais 14 testemunhas em processo no STF

Bolsonaro arrolou o ex-ministro da Saúde e atual deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ)

Cotidiano

Novo ônibus é entregue para a Justiça Itinerante de Campo Grande

Novo veículo substituirá o ônibus do ano de 2001

Brasil

AGU acusa Meta de enriquecer com anúncios fraudulentos em suas redes

Meta informou que não irá comentar o assunto