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Cotidiano

Ministério das Mulheres discute falhas na rede de proteção às vítimas de violência em MS

A reunião fechada ocorre após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte que expôs o tratamento desumanizado recebido na Deam
Lethycia Anjos -
Vanessa registrou boletim de ocorrência na Deam horas antes de morrer. (Arquivo Pessoal; Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

Após a repercussão do feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, ocorrido na última quarta-feira (12), em , o Ministério das Mulheres confirmou uma reunião a portas fechadas para este domingo (16) na Casa da Mulher Brasileira. O encontro tem como objetivo debater as falhas na rede de proteção às mulheres em que culminaram na morte da jornalista.

A reunião, marcada para às 9h, contará com a presença de representantes de diversos setores para discutir os pontos críticos no atendimento às mulheres. O grupo conta com a Ouvidora, Grazielle Carra Dias; a Diretora de Proteção de Direitos, Pagu Rodrigues, e a Chefe de gabinete da ministra, Katia Guimarães.

Repercussão

O caso ganhou ainda mais destaque após a divulgação de áudios enviados por Vanessa a uma amiga. As mensagens revelam a frieza no tratamento recebido na Casa da Mulher e contradizem a versão inicial apresentada pela (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher).

“O percurso não poderia ter ocorrido sem a escolta da Patrulha Maria da Penha, conforme o protocolo de avaliação de risco para mulheres em situação de violência que orienta o atendimento na Casa da Mulher Brasileira. A equipe do Ministério das Mulheres viaja a Campo Grande ainda neste final de semana. Vamos dialogar com representantes da rede de atendimento”, diz o Ministério das Mulheres.

Atendimento desumanizado na Deam

“O jeito que ela me tratou foi bem prolixo. Bem fria e seca”, assim resumiu Vanessa Ricarte sobre o atendimento da delegada.

“Eu, que tenho instrução, escolaridade, trataram desta maneira. Imagina uma mulher vulnerável…”, disse a jornalista em mensagem a uma amiga. Em outro trecho ela destaca ainda que: “Tudo protege o cara, o agressor”.

Feminicídio

Primeira vítima de feminicídio de 2025 em Campo Grande, Vanessa morreu dentro de casa, esfaqueada pelo ex-noivo, Caio Nascimento. O crime ocorreu horas após ir à Deam, onde registrou um boletim de ocorrência contra o autor e solicitou medida protetiva.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, ao tentar entrar na própria casa, sem escolta policial, Vanessa acabou atingida no coração por três facadas desferidas por Caio Nascimento. O pedido de medida protetiva, mais uma vez, não adiantou para nada.

Na próxima terça-feira (18), a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, se juntará a comitiva de reuniões com o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel () e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP). Além disso, o presidente e o corregedor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e os desembargadores Dorival Renato Pavan e Ruy Celso Barbosa Florence estarão presentes na agenda.

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Como denunciar casos de violência?

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra as mulheres. O atendimento é gratuito e funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, via telefone ou WhatsApp: (61) 9610-0180.

O Ligue 180 presta os seguintes atendimentos: orientação sobre leis, direitos das mulheres e serviços da rede de atendimento; localidade dos serviços especializados da rede de atendimento; registro e encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes.

Vítimas de violência também podem recorrer à Casa da Mulher Brasileira, localizada na Rua Brasília, Jardim Imá, em Campo Grande (MS) – Telefone: (67) 2020-1300. Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do 190.

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