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Cotidiano

Assim como cão Silveira, animais comunitários da UFMS são reflexo do abandono

"Este ano começou uma avalanche de abandono, e a gente não tá dando conta, tem muito", lamenta a coordenadora do Grupo de Proteção Felina UFMS
João Ramos, Monique Faria -
gatos ufms saude publica
Aumento populacional dos animais no campus está atrelado ao abandono

Além de abrigar centenas de animais silvestres, a Universidade Federal de também é lar de gatos domésticos vítimas do abandono. Apesar de os acadêmicos adorarem e cuidarem dos felinos, a população desses animais aumentou consideravelmente no campus de (MS) nos últimos meses, levando a um problema de saúde pública que, sozinha, a não consegue resolver.

O assunto ganhou holofotes com a repercussão da história do cão Silveira, da Universidade Federal de Santa Maria, viral na internet esta semana. Eleito como “reitor de assuntos animalescos”, o cachorro acendeu o alerta para o abandono de animais na instituição de ensino superior no , mas a atenção se estendeu a outros campus de universidades brasileiras que enfrentam o mesmo impasse.

Hoje, estima-se que ao menos 150 gatos vivam nas dependências da UFMS de Campo Grande. Boa parte deles já é castrada, mas a aparição cada vez mais recorrente de novos exemplares abandonados tem feito a instituição perder o controle populacional da espécie.

Para proteger os gatinhos que usam a universidade como morada, o Grupo de Proteção Felina UFMS atua há mais de 10 anos alimentando e castrando os bichos. No entanto, uma nova política adotada este ano pelo Centro de Controle de Zoonoses limitou o número de castrações gratuitas para a faculdade. Com isso, os novos gatos que chegam ao local têm se reproduzido com mais facilidade, resultando na superpopulação.

Gatos em mesa de sala de aula – (Foto: @protecaofelina.ufms)
Na área externa do campus – (Foto: @protecaofelina.ufms)
Mais um na mesa – (Foto: @protecaofelina.ufms)
Gatinho posando para foto na Universidade – (Foto: @protecaofelina.ufms)

“Avalanche de abandono” fez população de gatos virar problema de saúde pública, segundo coordenadora

Ao Jornal Midiamax, a coordenadora do Grupo de Proteção Felina relata que o abandono de animais é o principal problema a ser combatido pelo projeto na UFMS. “É importante ressaltar que abandonar animais é crime de maus-tratos. A universidade tem câmeras espalhadas pelo campus, que nos ajudam a identificar os responsáveis e denunciá-los”, salienta Tais Fenelon, que também é docente do curso de .

“Os gatos castrados levam marcação de orelha esquerda, de suma importância para identificá-los. Aliás, quase todos já haviam sido castrados, mas este ano começou uma avalanche de abandono, e a gente não tá dando conta, tem muito. É um problema de saúde pública, não é um problema da UFMS”, afirma.

Conforme a coordenadora, a única solução para combater o aumento desenfreado da presença dos felinos no ambiente educacional é a castração. Porém, faltam políticas públicas que ajudem o campus a resolver a questão, pois não adianta castrar três animais em um dia se no outro mais cinco são abandonados.

“Enquanto não se investir em política pública ao bem-estar animal, vamos enxugar gelo, que é o que fazemos aqui. Este ano, o CCZ limitou a 1 animal por mês, mas o número não atende e acabamos tendo que pagar do próprio bolso para castrar, ou então doamos sem fazer a castração. Se não fossem as adoções, estávamos fritos”, lamenta.

Gato na UFMS – (Foto: Madu Livramento, Midiamax)
Animais se escondendo em arbusto – (Foto: Madu Livramento, Midiamax)
Mais um exemplar no campus – (Foto: Madu Livramento, Midiamax)
Gatos dominam a UFMS – (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

Cachorros matam gatos na UFMS

Em relação à presença de animais domésticos, Tais revela que apenas gatos moram na UFMS. “Cachorros não ficam aqui. Eles entram no campus, ficam perdidos, atacam e até matam os gatos. Ano passado, teve muito ataque”, pontua, expondo o conflito de espécies no local.

Animais são adorados por alunos

Apesar das intempéries, não só a equipe do Grupo de Proteção Felina, mas os acadêmicos, de modo geral, ajudam na manutenção dos animais que vivem na universidade. Com amor e cuidado, alguns são até batizados e se tornam o chamego de muita gente. “Tem a Rainha do Morenão, que é uma preta peluda, o Bartô, que é o mais famoso… cada ponto tem um xodó”, conta ela.

Veja mais alguns queridinhos:

Estudante e o gato Ian – (Arquivo Pessoal)
Gato Ian, mascote do curso de Engenharia Ambiental – (Arquivo Pessoal)
Gato Ian, mascote do curso de Engenharia Ambiental – (Arquivo Pessoal)
Gato Ian, mascote do curso de Engenharia Ambiental – (Arquivo Pessoal)
Estudante e a gata Mimosa, que morreu de sepse em março. Ela também era chamada de Coala por outro núcleo de acadêmicos – (Foto: Arquivo Pessoal)

Problema em Campo Grande

Vale lembrar que, no coração de Campo Grande, no meio da avenida Afonso Pena, a situação se repete. Compadecida com o problema, uma voluntária tem alimentado gatos que se concentram no antigo prédio do Incra, desativado há anos na Capital, próximo ao cruzamento da avenida com a rua Rui Barbosa. Com cartazes chamativos na fachada pedindo ajuda aos animais, o local virou uma espécie de abrigo informal para os felinos.

À reportagem, a responsável pela boa ação diz que não tem mais “dado conta” de fazer a manutenção dos bichos sozinha e, sempre que pode, tira do próprio bolso para castrá-los.

O que fazer ao encontrar animais em situação de abandono em Campo Grande?

Em Campo Grande, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) é responsável por fazer o recolhimento de animais que estejam soltos, doentes ou que apresentem comportamento agressivo — nesses casos, eles são considerados um risco à população. A equipe de médicos-veterinários avalia o animal recolhido, administra medicação contra verminoses e outros parasitas, para, depois, colocá-lo para adoção.

No caso de animais portadores de doenças e/ou ferimentos considerados graves, e/ou clinicamente comprometidos, caberá ao médico-veterinário do órgão municipal responsável pelo controle de zoonoses, após avaliação e emissão de parecer técnico, decidir seu destino.

Caso se depare com um animal nessas condições, para que o recolhimento seja realizado, o contato é (67) 3313-5000 ou (67) 3313-5001.

Ferramenta on-line do Governo do Estado também ajuda em casos de denúncias de maus-tratos ou abandono. A população pode recorrer diretamente à plataforma on-line da Devir (Delegacia Virtual), acessando http://devir.pc.ms.gov.br/. O sigilo do denunciante é garantido, e a ferramenta possibilita o acompanhamento do caso.

***

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