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Cotidiano

4 meses após condenação por estupro, professor da UFMS é afastado por mais 60 dias

O docente está afastado desde março, sem prejuízo à remuneração, para a realização de Processo Administrativo Disciplinar
Murilo Medeiros -
UFMS Campo Grande
UFMS em Campo Grande (Divulgação)

Pela terceira vez, a (Universidade Federal de ) prorrogou por dois meses o afastamento do professor condenado por estuprar uma aluna da instituição. O docente está afastado desde março deste ano, sem prejuízo à remuneração, para a realização de PAD (Processo Administrativo Disciplinar). Aberto há 4 meses, o procedimento interno ainda não chegou a uma decisão final.

O , ocorrido em 2016, veio à tona em março de 2025, após o professor ser condenado a 8 anos de prisão em regime semiaberto e indenização de R$ 30 mil por danos morais. A decisão é em primeira instância, ou seja, cabe recurso. Enquanto isso, o professor seguiu dando aulas na universidade por 9 anos, mas depois foi afastado pela UFMS.

No início de maio, a reitoria prorrogou o afastamento por 60 dias. Após o fim do prazo, nesta sexta-feira (11), a instituição voltou a determinar prorrogação do afastamento preventivo do professor, em portaria assinada pelo vice-reitor Albert Schiaveto de Souza. Assim, ele deverá ficar afastado por mais dois meses, recebendo salário.

Acadêmicos pedem demissão imediata

Além do afastamento, o docente deverá permanecer à disposição da Comissão de PAD (Processo Administrativo Disciplinar) durante o período. A UFMS informou que, na época do crime, não abriu um PAD para apurar a denúncia da aluna, pois os indícios não estariam claros o suficiente.

No entanto, após a condenação do professor, a reitoria determinou a revisão do ato administrativo e a Corregedoria realizará um procedimento para apurar a responsabilidade do servidor. O Jornal Midiamax perguntou à UFMS como está o andamento do PAD e se há previsão de prazo para o término do processo, mas a universidade não respondeu.

Em um ato de repúdio à impunidade, estudantes da UFMS se reuniram em frente ao Instituto de Biociências no dia 14 de março para a manifestação “Não se cale! Sem mais casos de assédio”. Os alunos pediram o afastamento definitivo do professor e criticaram a postura da UFMS, que só iniciou uma investigação após a condenação em primeira instância.

Mais de 60 acadêmicos participaram da manifestação (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

Estupro em festa universitária

“Foi muito sofrido, mas estou aliviada porque existe Justiça”. Esse é o desabado da agora ex-acadêmica da UFMS que foi estuprada pelo seu próprio professor e orientador durante festa em uma república. A aluna, na época com 22 anos, estava dormindo em um dos quartos da república quando foi abusada pelo professor. Durante a festa, a aluna ingeriu bebidas alcoólicas e começou a passar mal.

Amigas que já tinham percebido um comportamento estranho do professor, que durante a confraternização passava as mãos pelo corpo da vítima, visivelmente embriagada, foram ao socorro da jovem, a levando para um dos quartos da casa para que ela pudesse descansar. No entanto, o docente foi atrás e, ao perceber que a acadêmica estava no cômodo sozinha, entrou e trancou a porta. Uma das amigas percebeu a ausência do homem e foi atrás da amiga no quarto, quando viu que a porta estava trancada.

Ela chamou as amigas, que começaram a bater. O professor saiu em seguida. Quando entraram no quarto, a jovem estava chorando desorientada e sem as roupas íntimas. As amigas deram banho na vítima e perguntaram se lembrava do que havia ocorrido, e ela dizia que não. “Eu não queria acreditar no que havia ocorrido comigo”, disse a mulher, que hoje está com 31 anos.

Para o Midiamax, ela contou que, após tanta exposição, já nem acreditava mais que seria feita Justiça. “Depois de tantos anos, a Justiça chegou”. Ela contou ainda que na época pensou em desistir de processar o autor do crime, mas que teve apoio de outros professores e amigos.

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